Indicado ao Oscar, filme baseado em tragédia que impactou o mundo está na Netflix

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Juan Antonio Bayona, um dos talentos mais notáveis do cinema contemporâneo, entregou em “O Impossível” uma obra que ecoa como um dos relatos mais impactantes sobre desastres naturais já retratados na tela. Esse tema, recorrente em diferentes épocas, ganha uma nova abordagem em “Não Olhe Para Cima” (2021), dirigido por Adam McKay, que surpreende pela sua simplicidade e excelência.

A obra de Bayona e o filme de McKay destacam como a natureza, quando confrontada pelas agressões humanas, revela sua face mais avassaladora. Tsunamis, um termo recentemente incorporado ao vocabulário do século 21, como “ondas que vêm do porto”, conforme a tradução literal do japonês, ilustram isso de maneira contundente. O evento catastrófico que atingiu a Ásia em 2004, especialmente Sumatra, na Indonésia, é um dos momentos mais sombrios da história recente, um marco que Bayona capturou magistralmente nas telas.

Ao situar a narrativa em Khao Lak, Tailândia, Bayona nos apresenta um Natal marcado não apenas pela destruição, mas também pela esperança resiliente que persiste mesmo nas circunstâncias mais adversas. Dezenove anos após o tsunami, sua representação continua vívida e comovente, destacando a resiliência humana diante da tragédia.

No cerne da história está a família Bennett, interpretada com maestria por Naomi Watts, Ewan McGregor e um elenco talentoso de jovens, incluindo Tom Holland, Oaklee Pendergast e Samuel Joslin. O desempenho de Holland, em particular, brilha ao retratar Lucas, o herói improvável que se torna o ponto central da narrativa, lutando incansavelmente para reunir sua família em meio ao caos.

A jornada de Lucas, repleta de determinação e coragem, contrasta com a busca frenética de Henry, interpretado por McGregor, que despende toda sua energia na tentativa desesperada de encontrar sua família. A evolução dos personagens ao longo do filme é tocante, especialmente nas cenas que destacam a força interior de cada um diante da adversidade.

À medida que a família se reúne e enfrenta o oceano que os separou, a cinematografia de Óscar Faura eleva a narrativa a novos patamares, capturando a imensidão e a beleza, por vezes brutal, do mar. A colaboração entre Bayona e o roteirista Sergio G. Sánchez resulta em uma obra de profunda emoção e impacto, reforçando o poder do cinema em contar histórias que ressoam além da tela.

“O Impossível”, na Netflix, é um testemunho da capacidade humana de superar adversidades e encontrar esperança mesmo nas situações mais desafiadoras. É uma obra que, assim como “Não Olhe Para Cima”, nos lembra da fragilidade da existência humana diante da natureza, e da importância de valorizarmos e protegermos nosso planeta.


Filme: O Impossível
Direção: Juan Antonio Bayona
Ano: 2012
Gênero: Drama
Nota: 9/10