Autor: Luciano Alberto de Castro

Bazófia acima de tudo

Bazófia acima de tudo

Há um velho adágio que diz: primeiro a obrigação, depois a devoção (ou a diversão). Alguns pensadores contemporâneos contestam a assertiva e defendem que tais conceitos não seriam excludentes e poderiam coexistir amigavelmente. Pode ser. De fato, em condições normais, tanto cuidar do jardim como ler o jornal seriam a mais pura diversão. Mas no atual contexto, ambas se convertem na mais premente obrigação.

Tira essa máscara e me dá um beijo!

Tira essa máscara e me dá um beijo!

Nas confraternizações, a Fiocruz recomenda usar a máscara sempre que não se estiver comendo ou bebendo. Esse tira-e-põe de máscara vai exigir dos convivas muita concentração e coordenação motora. Penso que não vai funcionar, especialmente depois de algumas taças. Outra: manter 2 metros de distância, pelo menos, e evitar apertos de mão e abraços.

A amendoeira de Copacabana

A amendoeira de Copacabana

O ofício de cronista exige que prestemos atenção à natureza (mesmo que ela não preste atenção em nós). Isso escreveu Drummond nos anos 50, mas o poeta foi além da observação e, saborosamente, conversou com uma velha amendoeira à frente da sua janela. Superpoderes de poeta. Acredito que o espírito extrovertido da árvore — próprio dos cariocas — tenha contribuído para a fluidez do colóquio.

Sorria, digite kkk

Sorria, digite kkk

Hoje, ficou mais fácil sorrir. Basta escrever (ou melhor, digitar) 3 Ks e estarei sorrindo. Sorrio com a ponta dos dedos na maior facilidade. Se eu quiser sorrir efusivamente, gargalhar mesmo, também é supertranquilo: basta aumentar o número de Ks digitados e pronto: estarei dando aquela famosa gaitada.

Patacoadas no Reino da Bazófia

Patacoadas no Reino da Bazófia

O rei da Bazófia é um homem naturalmente bom. Alguns lhe imputam certa rudeza, é verdade, mas não a deploram e sim a exaltam como marca de probidade inabalável e não conspurcada pela ferrugem política. Puro de sentimentos, chega a ser ingênuo. Costuma caminhar pelas ruas sem os seus seguranças, ato visto com reprovação por alguns ministros.