Autor: David Mandelbaum

Entrevista póstuma com Nelson Rodrigues Foto / Arquivo Público de São Paulo

Entrevista póstuma com Nelson Rodrigues

Nelson Falcão Rodrigues foi um dos maiores escritores e dramaturgos da história do Brasil. Nasceu em Recife em 1912 e mudou-se com a família para o Rio de Janeiro em 1916, onde retratou como ninguém as “sombras interiores” das famílias da classe média carioca. Ao longo de sua carreira, escreveu dezessete peças (várias das quais viraram filmes), além de romances de folhetim e um sem-número de contos e crônicas. Morreu em 1980. Depois de muitas tentativas — e não sem a ajuda de alguns contatos do além —, consegui enfim arranjar uma entrevista com o mítico escritor. A seguir, relato todo o episódio em detalhes.

O eterno retorno de Michel Houellebecq

O eterno retorno de Michel Houellebecq

O homem absurdo, então, seria o sujeito que enfrenta esse confronto conscientemente, sem a necessidade de recorrer a um “salto”, isto é, a um deus — aqui, Camus se afasta de filósofos existencialistas como Kierkegaard, para quem deus representaria a própria absurdidade — e, sobretudo, o faz sem nenhuma esperança. É, assim, um homem que experimenta o que esta vida tem a oferecer, sabendo, desde o princípio, que ela é uma causa perdida.

O amigo alagoano de Albert Einstein

O amigo alagoano de Albert Einstein

A primeira vez que ouvi falar em Pontes de Miranda foi no primeiro ano da faculdade de Direito, durante uma aula de Sociologia Jurídica. Não lembro ao certo as palavras do professor, mas ele se referiu ao sujeito como se fosse uma espécie de titã multisciente — não apenas do Direito, mas de toda a cultura ocidental —, quase como um Aristóteles brasileiro. O marketing foi eficaz, fiquei com aquilo na cabeça durante dois ou três dias e logo tratei de buscar mais informações.  O que descobri me deixou abismado.

No tempo em que a honra se lavava com sangue: o tiro que definiu a carreira de Nelson Rodrigues Foto / Arquivo Nacional

No tempo em que a honra se lavava com sangue: o tiro que definiu a carreira de Nelson Rodrigues

É 26 de dezembro de 1929, um dia depois do Natal. Por volta das duas da tarde, a jornalista Sylvia Serafim entra de supetão na sede do jornal “A Crítica”. Tem em mãos um revólver comprado no mesmo dia. Quer ver a todo custo o editor-chefe, responsável pela polêmica primeira página do dia anterior que a acusou de adultério — embora, na verdade, fosse desquitada quando começou o novo relacionamento, um escândalo para a época. Ele não está, e quem acaba recebendo o tiro é seu filho, o ilustrador Roberto Rodrigues, de 23 anos.