Thriller de ação baseado no livro do ganhador do Pulitzer, Stephen Hunter, acaba de chegar à Netflix Divulgação / Paramount Pictures

Thriller de ação baseado no livro do ganhador do Pulitzer, Stephen Hunter, acaba de chegar à Netflix

Diretor de filmes aclamados, Antoine Fuqua é um dos maiores nomes do cinema de ação atualmente. Entre seus inúmeros sucessos de audiência e crítica, estão “Dia de Treinamento”, “O Protetor” e “Nocaute”. São quase 80 trabalhos no currículo, incluindo filmes, séries e videoclipes.

Em “Atirador”, inspirado no livro “Point of Impact” de Stephen Hunter, ganhador do Prêmio Pulitzer por crítica de cinema pelo seu trabalho no The Washington Post, o filme acompanha Bob Lee Swagger (Mark Wahlberg), um atirador de elite que se torna recluso depois de uma missão fracassada na Etiópia. Ele é convencido pelo coronel Isaac Johnson (Danny Glover) a deixar o isolamento para integrar uma missão de impedir a tentativa de assassinato do presidente dos Estados Unidos em um evento público.

No dia do evento em que há a suposta ameaça, Swagger é baleado por um policial e outro tiro também atinge um convidado do presidente, o arcebispo etíope Desmond Mutumbo (Dean Mackenzie). Tudo se revela uma conspiração arquitetada por Johnson, que rende um agente do FBI, Nick Memphis (Michael Peña), para conseguir escapar. Enquanto isso, Swagger é apontado como principal suspeito pela tentativa de execução do chefe de estado.

Com alusões ao assassinato do ex-presidente americano John F. Kennedy, inclusive no nome do protagonista, que se assemelha ao do condenado pela morte dele, Lee Harvey Oswald — com três nomes e uma sonoridade similar — o filme gira em torno de conspirações que ainda permeiam o evento histórico trágico. Outra similaridade é o fato de Oswald também ter sido um militar veterano. Ainda, o fato de que muitos acreditam que havia um ou mais atiradores de elite que auxiliaram a consolidar o crime.

Outra fonte de inspiração para a história é o já falecido atirador Carlos Norman Hathcock, que antes de se alistar e ir para o Vietnã, venceu vários campeonatos de tiro. Extremamente habilidoso, Hathcock estimava que tivesse matado cerca de 400 soldados inimigos durante a missão no Vietnã. No entanto, apenas 93 dessas mortes possuíam testemunhas que confirmaram a veracidade.

Wahlberg se sai muito bem e convincente no papel de um herói marginalizado e ainda ensaia um romance com a viúva de um ex-companheiro de guerra, Sarah Fenn, interpretada por Kate Mara, que o ajuda a se esconder e a manipular Nick Memphis como isca para atrair Johnson.

Um filme de ação que agrada à crítica por seu enredo político e intricado, que traz questões morais e evocações históricas, além de uma camada de suspense, “Atirador”, na Netflix, entra em uma categoria de filmes raros com apelo comercial e igualmente intelectual. Embora tenha um visual predominantemente realista, há um investimento de tempo de tela para alguns poucos efeitos especiais grandiosos que dão um tom mais emocionante e imersivo à trama. Além disso, a tensão criada pelas cenas de perseguição e tiroteios deixam o público mais submerso e apreensivo.

Há cenas de violência explícita, embora fosse um desejo da produção deixar a faixa etária livre depois que Mark Wahlberg assinou para entrar no filme. Antes dele, Keanu Reeves havia sido cotado para interpretar o papel do protagonista.


Filme: Atirador
Direção: Antoine Fuqua
Ano: 2007
Gênero: Ação
Nota: 8/10