O filme eletrizante com George Clooney e Julia Roberts, que você vai querer assistir duas vezes, chegou à Netflix Divulgação / TriStar Pictures

O filme eletrizante com George Clooney e Julia Roberts, que você vai querer assistir duas vezes, chegou à Netflix

“Jogo do Dinheiro” (2016), dirigido por Jodie Foster, mergulha no mundo volátil da bolsa de valores e da mídia, tecendo uma narrativa que captura o espectador pela sua atualidade e relevância. O filme coloca George Clooney no papel de Lee Gates, um carismático apresentador de um programa financeiro, que é tomado como refém no ar por Kyle Budwell, interpretado com intensidade por Jack O’Connell, um investidor desesperado que perdeu tudo devido a um conselho ruim.

A premissa é promissora e oferece a Foster uma tela ampla para explorar temas como a responsabilidade da mídia, a fragilidade do mercado financeiro e o desespero do cidadão comum diante da impotência econômica. A direção de Foster é competente, mantendo o ritmo acelerado e a tensão, o que mantém o espectador engajado, apesar de algumas escolhas narrativas que podem parecer previsíveis.

O roteiro, escrito por Jamie Linden, Alan DiFiore e Jim Kouf, tenta equilibrar a crítica social com o suspense, mas às vezes se perde em suas próprias ambições, deixando algumas questões importantes apenas superficialmente abordadas. Isso não tira o mérito dos momentos em que o filme brilha, especialmente nas interações entre Clooney e O’Connell, que oferecem alguns dos pontos altos do filme.

A cinematografia de Matthew Libatique contribui significativamente para a atmosfera tensa, utilizando eficazmente o espaço confinado do estúdio de televisão para ampliar a sensação de claustrofobia e desespero. A trilha sonora, embora não particularmente memorável, complementa bem a narrativa, adicionando uma camada de urgência às cenas.

As atuações são, sem dúvida, um dos pilares do filme. Clooney entrega uma atuação convincente, navegando com habilidade entre o charme superficial de seu personagem e os momentos de vulnerabilidade. O’Connell, por sua vez, traz uma mistura palpável de raiva e desespero, criando um antagonista complexo e empático.

Julia Roberts, no papel da produtora do programa, Patty Fenn, oferece uma atuação sólida, servindo como o elo racional entre Gates e Budwell. Sua presença é um contraponto necessário, trazendo um senso de calma à tempestade que se desenrola na tela.

O filme também tenta lançar um olhar crítico sobre o papel da mídia na sociedade moderna e sua responsabilidade perante o público. Embora este aspecto seja interessante, o tratamento dado ao tema é um tanto superficial, não alcançando a profundidade que a questão merece.

Em termos de narrativa, “Jogo do Dinheiro” consegue manter o interesse, mas não sem alguns tropeços. A tentativa de mesclar o thriller com comentário social é ambiciosa, mas nem sempre bem-sucedida, resultando em um filme que, em alguns momentos, parece não saber exatamente em que tom se firmar.

No geral, “Jogo do Dinheiro” é um thriller competente que oferece entretenimento e reflexão, ainda que não explore todo o seu potencial. As atuações fortes e a direção segura de Foster garantem que o filme seja uma adição válida ao gênero, mesmo que não revolucione ou ofereça novas perspectivas sobre os temas que aborda.


Filme: Jogo do Dinheiro
Direção: Jodie Foster
Ano: 2016
Gêneros: Thriller/Crime
Nota: 9/10