Romance adolescente banhado a mistério, na Netflix, é perfeito para desligar o cérebro da realidade Divulgação / Ingenious Media

Romance adolescente banhado a mistério, na Netflix, é perfeito para desligar o cérebro da realidade

Gravado em Providence, embora o enredo seja ambientado de verdade em Washington D.C., “Criminosos de Novembro” é uma mistura de mistério e romance adolescente, dirigido por Sacha Gervasi, que fez algumas alterações no roteiro de Steven Knight, que já era uma adaptação do romance de Sam Munson. As celebridades juvenis Ansel Elgort e Chloë Grace Moretz interpretam Addison Schacht e Phoebe, respectivamente.

Addison e Phoebe começam o filme como amigos. Eles estudam juntos no ensino médio e conversam dentro de um carro antigo sobre se aplicar em universidades. Addison, um sujeito metido a intelectual, quer ir até a universidade desejada pessoalmente entregar sua aplicação impressa. Phoebe o lembra que tudo isso pode ser feito pela internet, mas ele, como alguém que ainda lê livros e não Kindle, é obcecado em David Bowie e se julga mais inteligente e esperto que os outros, ele quer fazer as coisas à moda antiga.

Eles entram em uma cafeteria, compram um lanche e encontram um amigo afro-americano, Kevin (Jared Kemp), que é aparentemente um cara legal, inteligente e bonzinho. Quando Addison e Phoebe voltam para o carro, o garoto tem algo a dizer para a amiga. Ele afirma que não é sexualmente neutro como ela imagina e que ele quer dela o mesmo que os outros rapazes querem. Essa conversa soa um pouco machista, mas nada surpreendente para um adolescente egocêntrico como Addison. Surpreendentemente, Phoebe revela que quer perder sua virgindade com ele. Os dois voam para casa de carro e fazem sexo pela primeira vez.

Antes que eu me esqueça, Addison perdeu a mãe no último ano. Ela teve um aneurisma e isso deixou alguns traumas recentes. Mas ele não gosta de falar sobre seus sentimentos. Não ainda. Até que uma nova tragédia abala o mundo do adolescente. Segundos depois de eles deixarem a porta da lanchonete. Um homem misterioso em uma motocicleta estaciona próximo ao meio-fio, entra e dispara contra Kevin. Depois, ele retorna para sua moto e vai embora.

Um tempo depois, o fatídico acontecimento toma conta dos noticiários. Um telefonema da mãe no celular de Phoebe e um recado no pager (porque ele é um garoto que gosta de viver como viviam antes da tecnologia) de Addison e eles são informados do pior. Kevin foi morto.

Conforme a polícia investiga e começa a divulgar que o crime foi motivado por briga de gangue, Addison, incrédulo, decide que precisa iniciar sua própria investigação, afinal, a polícia não conhece Kevin tão bem como ele. Kevin não era um marginal. Então, Addison começa a se envolver em problemas na escola e fora dela enquanto investiga o crime contra seu amigo. Essa é a forma dele lidar com o luto e querer limpar o nome de Kevin. No entanto, suas descobertas o levam por caminhos perigosos e surpreendentes.

“Criminosos de Novembro”, que está na Netflix, é um filme que dá para entreter, mas tem alguns problemas que provavelmente são culpa do diretor, Sacha Gervasi. O protagonista não provoca simpatia. Pelo contrário, é pedante, além de ligeiramente machista e racista. Não propositalmente, mas algumas de suas falas são problemáticas. Phoebe é uma personagem plana, sem muita personalidade e desinteressante. Sorte que tem bons atores que se esforçam para oferecer um bom produto.


Filme: Criminosos de Novembro
Direção: Sacha Gervasi
Ano: 2017
Gênero: Mistério/Romance
Nota: 8/10