Últimos dias para assistir ao filme que fez Daniel Craig ser descoberto para interpretar James Bond Divulgação / Sony Pictures Classic

Últimos dias para assistir ao filme que fez Daniel Craig ser descoberto para interpretar James Bond

Contrariando as expectativas convencionais, um traficante prudente, paciente e de ambições modestas desafia os riscos iminentes e os rivais, tanto reais quanto imaginários, ascendendo até o topo do submundo criminal. No entanto, sua busca por uma vida tranquila é abruptamente interrompida por uma missão que ameaça desfazer seus planos cuidadosamente elaborados.

Matthew Vaughn retrata os conflitos enfrentados por esse membro anônimo da máfia, delineando os desafios que ele enfrenta para se libertar das garras do crime. Em “Nem Tudo é o que Parece” (2004), a interpretação de Daniel Craig é crucial para criar a tensão necessária, situando o espectador em um universo onde o anonimato é a norma e a sobrevivência é uma conquista.

Assim como em filmes como “Drive”, de Nicolas Winding Refn, e “Wheelman”, de Jeremy Rush, o protagonista de Craig é uma figura sem nome nos créditos finais, representando os inúmeros indivíduos obscuros que povoam o submundo do crime. Em um mundo onde até mesmo os criminosos mais pedestres vestem ternos elegantes, a performance de Craig oferece uma prévia do que estava por vir em sua icônica interpretação como James Bond.

O enredo, uma extensão do romance policial “Layer Cake”, de J.J. Connolly, segue o protagonista, conhecido apenas como XXXX, em sua jornada dentro e fora do submundo do crime de Londres. Confrontado com a tarefa de resgatar a filha de seu chefe, XXXX se vê envolvido em uma série de eventos que testam sua lealdade e determinação.

Vaughn habilmente entrelaça duas subtramas que, embora possam comprometer o ritmo do filme, contribuem para o desfecho impactante da história. A narrativa explora a relação complexa entre XXXX e Tammy, adicionando uma camada de emoção a um enredo já repleto de ação e intriga.

No cerne de “Nem Tudo é o que Parece”, na Netflix, está a ideia de que, uma vez imerso no mundo do crime, é impossível escapar ileso. É uma narrativa sobre redenção e perdas, um thriller emocionante que ecoa os trabalhos de diretores como Scorsese, mas com uma sensibilidade única.

A mensagem central do filme é profundamente humana: mesmo nas sombras do submundo do crime, há espaço para a busca da redenção e do amor. Vaughn habilmente tece essa narrativa, explorando as complexidades da natureza humana e as consequências inevitáveis das escolhas que fazemos.

Ao longo do filme, somos levados a refletir sobre a fragilidade da existência e a natureza efêmera da liberdade. O protagonista, XXXX, é apresentado como um anti-herói em busca de uma saída, uma chance de se libertar das amarras do crime e encontrar um novo propósito.

No entanto, sua jornada é permeada por obstáculos e dilemas morais, que colocam à prova sua determinação e sua ética. A subtrama envolvendo o roubo de ecstasy e a paixão de XXXX por Tammy adicionam camadas adicionais à narrativa, revelando sua humanidade e vulnerabilidade.


Filme: Nem Tudo é o que Parece
Direção: Matthew Vaughn
Ano: 2004
Gêneros: Policial/Drama/Ação
Nota: 9/10