O filme mais bonito da história do cinema: todas as pessoas deveriam assistir no Dia de Natal Divulgação / RKO Pictures

O filme mais bonito da história do cinema: todas as pessoas deveriam assistir no Dia de Natal

No ano de 1946, um período marcado pela reconstrução pós-guerra, o cinema recebeu uma contribuição inestimável de Francesco Rosario Capra: “A Felicidade não se Compra”. Este filme não se limita a entreter; ele oferece uma reflexão profunda sobre a experiência humana, destacando-se como um marco na sétima arte.

Capra, um cineasta ítalo-americano, apresenta uma história que, embora possa parecer ingênua, é rica em significado e relevância. Seus filmes anteriores, como “Aconteceu Naquela Noite” e “Adorável Vagabundo”, já exploravam a força e a dignidade das pessoas comuns. Com “A Felicidade não se Compra”, ele leva essa exploração a um novo patamar, examinando a vida de George Bailey, interpretado com maestria por James Stewart, um homem à beira do desespero.

O filme começa com Bailey enfrentando uma crise financeira e existencial, pensando em suicídio como única saída. No entanto, a intervenção de seu anjo da guarda, Clarence, desencadeia uma série de eventos que levam Bailey a perceber o impacto profundo de sua existência nas vidas alheias.

A narrativa de Capra nos faz questionar a natureza de nossas ações e a importância da conexão humana. O conceito de que cada vida é valiosa e interconectada é habilmente tecido no enredo, prenunciando temas que seriam explorados em filmes posteriores como “Efeito Borboleta” e “Yesterday”.

Surpreendentemente, na época de seu lançamento, “A Felicidade não se Compra” não alcançou o sucesso esperado. Foi eclipsado por outras produções e enfrentou desafios legais devido a uma falha burocrática. Contudo, essa adversidade inicial apenas realça a resiliência da obra, que mais tarde ganhou o reconhecimento e o afeto do público e da crítica.

A história do filme espelha a própria jornada de Bailey: uma luta contra as adversidades, culminando na redenção e no reconhecimento do valor intrínseco da vida. Capra, com este filme, não apenas narrou uma história; ele ofereceu uma perspectiva nova e necessária em um mundo que tentava curar suas feridas de guerra.

Ao fim de sua vida, Capra viu seu filme ser reconhecido como uma das maiores expressões cinematográficas de todos os tempos. “A Felicidade não se Compra” transcendeu seu status de entretenimento para se tornar um símbolo de esperança, resiliência e a importância do indivíduo.

Em retrospectiva, o filme é uma celebração da vida e do impacto que cada um de nós pode ter no mundo. Ele nos ensina que, embora o dinheiro possa comprar muitas coisas, o verdadeiro valor está naquilo que não pode ser comprado: as relações humanas, o amor e a compaixão.

“A Felicidade não se Compra” permanece, até hoje, como uma obra fundamental do cinema, uma fonte de inspiração e um lembrete da beleza e da complexidade da experiência humana. É uma história que ressoa com gerações e continua a tocar corações e mentes, mostrando que a verdadeira felicidade, de fato, não se compra.


Filme: A Felicidade não se Compra
Direção: Frank Capra
Ano: 1946
Gêneros: Drama/Comédia
Nota: 10/10
Onde assistir: Looke / Amazon Prime Video