Último dia para assistir: o melhor suspense de ação da Netflix, nenhum filme impactará você tanto Distribuição / Film District

Último dia para assistir: o melhor suspense de ação da Netflix, nenhum filme impactará você tanto

O filme “Drive”, dirigido por Nicolas Winding Refn, apresenta um estudo intrincado e sofisticado sobre o arquétipo do anti-herói. Em Ryan Gosling, temos um protagonista enigmático e misterioso, uma figura que remete aos clássicos vaqueiros dos westerns de Sergio Leone. Gosling, com poucas palavras, mas intensa expressividade, dá vida a um personagem que se destaca não por seus discursos eloquentes, mas por suas ações e escolhas morais complexas.

Durante o dia, este personagem enigmático navega no mundo do cinema como um dublê de ação, enquanto à noite, ele se transforma em um motorista para criminosos. Essa dualidade em seu cotidiano é apenas a superfície de uma existência marcada pela solidão e pela busca por um propósito mais profundo. O filme habilmente brinca com essa dicotomia, levando o espectador por um labirinto de cenas que alternam entre a contemplação silenciosa e explosões de violência controlada.

A narrativa de “Drive” é envolvida por uma atmosfera que mistura elementos do noir com toques futuristas. A trilha sonora sintética e a cinematografia que emprega tons neon, junto com a direção estilística de Refn, criam um universo único que parece flutuar entre diferentes eras. Essa abordagem não é apenas estética, mas também uma forma de destacar a natureza atemporal da jornada do protagonista.

O coração da história é a relação do motorista com Irene (Carey Mulligan) e seu filho Benicio (Kaden Leos). Esses personagens representam um vislumbre de normalidade e inocência em seu mundo, e sua proteção se torna uma missão quase redentora para ele. A complexidade desse relacionamento é acentuada com a reintrodução de Standard (Oscar Isaac), ex-companheiro de Irene e pai de Benicio, na narrativa.

Refn não apenas dirige um filme de ação; ele desconstrói o gênero. “Drive” é um estudo sobre a violência e a masculinidade, onde cada cena de ação carrega um peso emocional e simbólico significativo. Essa abordagem é exemplificada de maneira notável na cena do elevador, um momento que ecoa a violência crua e visceral de obras como “Irreversível” de Gaspar Noé.

“Drive” rompe com os moldes tradicionais do cinema de ação, oferecendo uma experiência que é tanto uma reflexão introspectiva quanto uma narrativa empolgante. A combinação da atuação de Gosling, da direção inovadora de Refn e de uma trilha sonora envolvente resulta em uma obra que é uma exploração artística tanto quanto um entretenimento cinematográfico.


Filme: Drive
Direção: Nicolas Winding Refn
Ano: 2011
Gêneros: Drama/Suspense
Nota: 9/10