Último dia para assistir na Netflix: a obra-prima de Alan Parker, ganhadora de dois Oscars Divulgação / Columbia Pictures

Último dia para assistir na Netflix: a obra-prima de Alan Parker, ganhadora de dois Oscars

Vivendo à sombra da cadência inelutável da vida, o filme “O Expresso da Meia-Noite” exemplifica como a existência, com sua sagacidade silente e profunda, nos convida a transformações radicais após desvendar trajetórias serenas, mas efêmeras. Ao acolhermos o desfile incessante das estações, a autorreflexão intensifica-se, refinando nosso discernimento sobre a urgência de atuar com determinação e autoconsciência, solidificando a consciência de quem, de fato, governa nosso caminho existencial.

Dentro desta moldura existencial, surge uma vastidão de dilemas e reflexões, desde os mais corriqueiros aos que estremecem as estruturas de nosso ser, tornando a vida um emaranhado sofisticado de obstáculos e dilemas. A resiliência e a perseverança transformam-se em nosso lema, e assim, começamos a perceber o valor de decisões ponderadas e intencionais, antes que o tempo implacável nos consuma e as oportunidades se dissipem na bruma do irreversível.

À medida que atravessamos os tumultos da juventude, entrelaçados por paixões inflamadas e ideais fervorosos, somos frequentemente propensos a ações impulsivas. Estes atos, espelhos do fervor juvenil, podem eventualmente extrair um alto preço. Contrapondo a perspectiva romântica e idealista dos anos verdes, o cosmos prossegue em seu caminho, alheio às nossas aspirações e inquietações. Em nossa passagem breve e transitória, somos desafiados a desvendar os enigmas da existência, acolhendo o aprendizado e, inesperadamente, nos confrontamos com nossa compreensão limitada, ansiando por revelações ou insights que podem, de fato, nunca se manifestar.

“O Expresso da Meia-Noite” (1978), uma criação do inovador Alan Parker, revela as nuances dessa odisseia humana, com uma narrativa carregada de sensibilidade e sem a artificialidade dos exageros estéticos. A película alcança, simultaneamente, uma poesia crua e visceral, trazendo mensagens pungentes e um refinamento técnico que perdura através dos tempos.

A narrativa, magistralmente orquestrada por Oliver Stone, William Hoffer e Billy Hayes, nos conduz por entre as tribulações de Hayes, um americano aprisionado em solo turco após uma tentativa audaciosa e mal orquestrada de contrabando. Mesmo sendo evidente a transgressão de Hayes, seu julgamento se desenrola como uma tragicomédia intricada, povoada por momentos de tensão, incerteza e ironia. Conforme se agrava a situação de Hayes, sua batalha interna e externa converge para o cerne pulsante do drama desenhado por Parker.

Desde sua estreia, “O Expresso da Meia-Noite” se erigiu como uma película controversa e aclamada, um marco da sétima arte de sua geração. A atuação reflexiva de Brad Davis recebeu merecidos aplausos, ainda que sua carreira subsequente tenha sido abreviada e sombria.

Com o passar dos anos, o filme continua a ressoar entre as gerações emergentes, amparado pela melodia imortal de Giorgio Moroder e pela visão estética provocativa e encantadora de Michael Seresin.


Filme: O Expresso da Meia-noite
Direção: Alan Parker
Ano: 1978
Gêneros: Drama/Thriller/Biografia
Nota: 9/10