A história de amor mais triste e adorável do cinema está na Netflix e vai aquecer e partir seu coração ao mesmo tempo Divulgação / Warner Bros

A história de amor mais triste e adorável do cinema está na Netflix e vai aquecer e partir seu coração ao mesmo tempo

O lançamento de “P.S. Eu Te Amo” nos cinemas causou um autêntico alvoroço. A obra dirigida por Richard LaGravanese rapidamente tornou-se um estrondoso sucesso, ostentando como protagonistas as estrelas do momento, Hilary Swank — recém-coroada com seu segundo Oscar de melhor atriz por “Menina de Ouro” — e Gerard Butler, que vinha do triunfo arrebatador do épico “300”. O filme também marcou um impulso significativo na carreira cinematográfica de Jeffrey Dean Morgan, até então conhecido por papéis secundários em séries de televisão.

“P.S. Eu Te Amo” é, sem dúvida, um dos filmes de romance mais emotivos que você poderá experimentar. A trama nos apresenta o ardente casal Holly (Swank) e Gerry (Butler), cujo relacionamento fervilha com discussões, risadas e paixão, permeado de um amor intenso. No entanto, o filme subverte bruscamente nossas expectativas quando, inesperadamente, Holly é vista no funeral de Gerry, vítima de um tumor cerebral. A cena seguinte nos revela uma Holly devastada pela perda, vivendo em meio à sujeira e ao caos, um reflexo de sua profunda dor.

Por meio da performance magistral de Swank, somos capazes de sentir toda a tristeza, ansiedade pelas cartas do marido falecido e o temor de encarar um futuro sem ele. Ela nos leva a experienciar um turbilhão de emoções intensas e, às vezes, desconfortáveis, mas é isso que o cinema propõe: nos despir de nós mesmos por algumas horas e adotar a pele desses personagens que vivem experiências tão diversas e diferentes das nossas.

Baseado no romance homônimo de Cecelia Ahern, “P.S. Eu Te Amo” foi adaptado para a tela por LaGravanese em colaboração com Steven Rogers, conhecido por “Lado a Lado” e “Eu, Tonya”. Embora o livro se situe na Irlanda, o filme transporta parte da história para Nova York. Curiosamente, tanto Butler quanto Morgan interpretam irlandeses, mas na realidade, um é britânico e o outro norte-americano, respectivamente.

Quanto à trama, Gerry, querendo auxiliar sua amada a atravessar o primeiro ano de luto, deixa para Holly uma série de cartas, presentes e até mesmo uma viagem. Conforme ela segue as instruções deixadas por Gerry, o filme nos oferece flashbacks de seus momentos juntos, adicionando um toque cada vez mais melancólico ao enredo. Contudo, é por meio dessas experiências guiadas pelas cartas que Holly consegue, aos poucos, superar a perda de seu grande amor.

Durante seu caminho de recuperação, Holly conta com o apoio de suas amigas Denise (Lisa Kudrow) e Sharon (Gina Gershon), cujas presenças adicionam leveza e humor à narrativa dramática. Kathy Bates interpreta Patricia, a mãe rígida e franca de Holly, que está profundamente preocupada com a possibilidade de sua filha afundar em um mar de dor e solidão.

“P.S. Eu Te Amo” é uma produção agridoce, daquelas que provocam risos, lágrimas e reflexões sobre amor, luto, superação e a própria vida — um eterno ciclo de alegrias e tristezas, ganhos e perdas, inícios e fins.


Filme: P.S. Eu Te Amo
Direção: Richard LaGravanese
Ano: 2007
Gênero: Drama/Romance/Comédia
Nota: 9/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.