Desafio Super Leitor: se você leu, ao menos 3 livros desta lista de 31, considere-se um super leitor

Desafio Super Leitor: se você leu, ao menos 3 livros desta lista de 31, considere-se um super leitor

Seja bem-vindo ao Desafio Super Leitor da Revista Bula, uma lista cuidadosamente elaborada para desafiar até mesmo os leitores mais ávidos. O objetivo é simples: se você leu pelo menos três livros desta seleção, considere-se um super leitor. No entanto, os editores da Revista Bula adiantam que mesmo os mais dedicados dificilmente terão lido mais do que 10% das obras aqui presentes.

Essa lista abrange quase dois séculos de literatura, com livros publicados entre 1836 e 2017, e representa uma diversidade global com obras de 10 nacionalidades diferentes. Nossa intenção é levá-lo a explorar novos horizontes literários, rompendo com suas zonas de conforto e mostrando que o mundo da literatura é vasto e inexplorado.

Ao seguir os caminhos literários trilhados por mestres clássicos como Nikolai Gogol e Anton Tchekhov, você será levado a um passado que moldou a literatura como a conhecemos. No entanto, não nos restringimos apenas às vozes do passado. A lista também destaca autores contemporâneos, como a chilena María José Ferrada e o brasileiro Amílcar Bettega Barbosa, que trazem consigo frescor e novas perspectivas para a literatura atual.

Então, prepare-se para embarcar nesta aventura literária. Aceite o desafio, explore esta lista e descubra quantos destes tesouros literários já teve o prazer de ler. E lembre-se, este não é um desafio de quantidade, mas sim de qualidade e diversidade. Boa leitura!

O Nariz (1836), de Nikolai Gogol

Este é um conto surrealista de Gogol que segue a vida de um burocrata russo que acorda um dia para descobrir que o seu nariz desapareceu. A narrativa é uma sátira sobre a vaidade e a obsessão com o status social na Rússia do século 19.

Cartas do Meu Moinho (1869), de Alphonse Daudet

Este livro é uma coleção encantadora de contos ambientados na idílica Provença rural. As cartas são na verdade histórias curtas, todas supostamente escritas dentro do velho moinho que Daudet adquiriu em Fontvieille. As histórias variam de humorísticas a trágicas e pintam um quadro vívido da vida e das pessoas na Provença do século 19.

Três Anos (1895), de Anton Tchekhov

Este é um conto longo do aclamado autor russo Anton Tchekhov. A história segue um homem jovem e inseguro que luta para encontrar seu lugar na sociedade moscovita após o casamento. O protagonista, Lyobov, é obrigado a confrontar seu desconforto e inquietação ao longo de três anos, enquanto tenta se ajustar às demandas da vida familiar e da sociedade.

O Deserto do Amor (1925), de François Mauriac

Este romance nos leva à França do início do século 20 e gira em torno de uma mulher e dois homens que a amam: um pai e um filho. Mauriac explora questões de desejo, fé e moralidade nesta história cativante.

O Marcador de Páginas (1927), de Sigismund Krzyzanowski

Este é um conto fantástico de Krzyzanowski que segue a vida de um homem obcecado com a ideia de que sua vida está sendo determinada por um misterioso marcador de páginas encontrado em um livro antigo. A narrativa explora temas de destino, livre-arbítrio e a natureza da realidade.

A Boa Terra (1931), de Pearl S. Buck

Este romance aclamado pela crítica e vencedor do Prêmio Pulitzer segue a vida de um camponês chinês, Wang Lung, e sua família enquanto lutam para sobreviver e prosperar em meio a guerras, fome e mudanças sociais. Buck apresenta uma visão íntima e comovente da China rural do início do século 20, explorando temas de pobreza, ganância e a conexão indelével com a terra.

A Corneta (1938), de Leonora Carrington

Esta é uma coleção de contos surrealistas que mergulha no subconsciente feminino e explora temas de sexualidade, amor e liberdade. Carrington, conhecida por sua arte visual, traz seu estilo único para o domínio literário, criando histórias que desafiam as convenções e provocam reflexões profundas.

O Círculo dos Mahé (1946), de Georges Simenon

Nesta obra, Simenon nos apresenta a história da família Mahé e suas férias de verão, que tomam um rumo inesperado. Este livro é uma exploração profunda da natureza humana, apresentando personagens complexos e situações que desafiam as normas sociais.

Pescar Truta na América (1967), de Richard Brautigan

Este é um trabalho experimental e inovador de Brautigan que mistura prosa, poesia e fragmentos de observações para criar uma reflexão lírica sobre a natureza da América. Embora o título sugira um manual de pesca, o livro é uma meditação metafórica sobre a busca por autenticidade na América pós-moderna.

A Morte Feliz (1971), de Albert Camus

Em seu primeiro romance, Camus explora a ideia do homem feliz e a busca incessante pela felicidade. A história segue a vida de Patrice Mersault, cujo desejo de viver uma vida autêntica e livre de restrições sociais o leva a uma série de escolhas radicais.

Eisejuaz (1971), de Sara Gallardo

Este romance complexo e poético conta a história de um indígena do povo Mataco, Eisejuaz, que vive isolado na Argentina rural. A obra, rica em simbolismo, explora temas de sacrifício, espiritualidade e a luta de Eisejuaz para reconciliar suas crenças ancestrais com as imposições do mundo moderno.

Medo de Voar (1973), de Erica Jong

Esta obra icônica de ficção feminista conta a história de Isadora Wing, uma mulher em busca de liberdade sexual e pessoal. “Medo de Voar” causou um grande impacto em sua época e ainda hoje é considerado um marco na literatura feminista.

Madona dos Parámos (1975), de Ricardo Guilherme Dicke

O livro apresenta uma mistura de realidade e fantasia na descrição da vida rural no Centro-Oeste brasileiro. Através de personagens ricos e detalhados, Dicke explora temas como fé, superstições e o choque entre tradição e modernidade.

Crime na Flora (1986), de Ferreira Gullar

Este livro traz a história de um crime ocorrido no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Flora, e a investigação subsequente. A narrativa combina elementos de mistério e crítica social, construindo um retrato vívido da sociedade brasileira.

Alice e Ulisses (1988), de Ana Maria Machado

Uma exploração das complexidades do amor, da liberdade e das escolhas individuais. Alice, recém-separada, e Ulisses, preso em um casamento de aparências, se apaixonam. No entanto, enfrentam obstáculos pessoais — Alice se vê incapaz de alcançar seus sonhos, enquanto Ulisses luta contra as restrições que construiu em sua vida. Utilizando referências à literatura clássica, o romance demonstra como a arte pode refletir e preencher as lacunas da realidade.

A Violoncelista (1994), de Michael Kruger

Este livro é um mergulho profundo na mente de uma violoncelista de sucesso que se retira da vida pública após uma crise pessoal. Kruger explora temas de arte, isolamento e renovação, oferecendo uma visão perspicaz do preço do sucesso e a necessidade de autenticidade.

Como me Tornei Freira (1993), de César Aira

Neste romance intrigante e um tanto surreal do autor argentino César Aira, uma menina de seis anos narra sua estranha jornada para se tornar uma freira. A história é marcada por eventos insólitos, e a narrativa de Aira, entre o real e o fantástico, oferece uma leitura singular.

Eu Amo Dick (1997), de Chris Kraus

Nesta obra semiautobiográfica e inovadora, Kraus, uma cineasta frustrada, documenta sua obsessão por um teórico cultural chamado Dick. O livro, uma mistura fascinante de romance, memórias e crítica cultural, explora o amor não correspondido e as complexidades do desejo feminino.

Dor Fantasma (2000), de Arnon Grunberg

O romance envolvente, por vezes humorístico e tragicamente tocante, narra a história de um soldado que retorna à vida civil após a guerra, apenas para ser atormentado por uma dor inexistente — uma dor fantasma — que reflete as feridas emocionais e psicológicas não curadas.

O Acorde de Tristão (2000), de Hans-Ulrich Treichel

A obra explora as profundezas da memória, identidade e trauma através da história de um jovem que busca entender seu passado. Ambientado no pós-guerra da Alemanha, o livro examina as repercussões psicológicas do Holocausto para aqueles que viveram à sua sombra.

Coivara da Memória (2002), de Francisco J. C. Dantas

Esta narrativa cativante acompanha um homem acusado de homicídio enquanto ele aguarda o julgamento, vasculhando suas memórias para entender o contexto do crime. Em meio a memórias de ódio, injustiça, violência, mas também de generosidade e ternura, ele percebe que a humanização é inerente à experiência da memória.

História de Sua Vida e Outros Contos (2002), de Ted Chiang

Este é uma coletânea de contos de ficção científica que exploram conceitos científicos e filosóficos de maneira envolvente. “História de Sua Vida”, o conto-título, foi a inspiração para o filme “A Chegada” e explora as implicações da linguagem e da percepção do tempo.

O Amante Detalhista (2006), de Alberto Manguel

Este livro de Manguel é uma profunda meditação sobre a natureza do amor e do desejo, narrando a história de um homem cuja obsessão por detalhes o leva a buscar um entendimento mais profundo do amor e da arte de amar. Ao longo de sua jornada, ele descobre que mesmo os detalhes mais minúsculos podem revelar verdades universais.

O Vento que Arrasa (2007), de Selva Almada

Ambientado nas planícies argentinas, este poderoso romance segue um pastor itinerante e seu filho adolescente que encontram uma mulher e sua filha em uma remota oficina mecânica. O encontro inesperado leva a uma série de revelações que mudam suas vidas para sempre, num conto de fé, destino e conexões humanas.

Dias que Não Esqueci (2009), de Santiago H. Amigorena

Neste romance autobiográfico, Amigorena revisita sua infância e juventude na Argentina dos anos 1970 e 80. O livro é uma reflexão comovente e introspectiva sobre memória, identidade e pertencimento, à medida que o narrador luta para conciliar seu passado tumultuado e o sentimento de exílio.

O Voo da Trapezista (2009), de Amílcar Bettega Barbosa

Este livro reúne contos que exploram a condição humana em suas diversas nuances, desde a solidão até a busca pelo sentido da vida. Barbosa cria personagens que equilibram-se nas cordas do trapezista da vida, com histórias que nos fazem refletir sobre nossas próprias escolhas e experiências.

Um Erro Emocional (2010), de Cristóvão Tezza

A história é uma reflexão profundamente pessoal sobre os limites do amor e a natureza do erro, onde um romancista de sucesso se depara com os desafios da paternidade ao mesmo tempo que luta para encontrar seu lugar em um mundo complexo e em constante mudança.

Naqueles Morros, Depois da Chuva (2011), Edival Lourenço

Em 1739, Luís de Assis Mascarenhas, governador da Província de São Paulo e Minas dos Goyazes, planeja tornar as minas de ouro em Arraial de Santana uma província autônoma. A história da viagem é narrada pelo filho ilegítimo do descobridor das minas, Anhanguera.

A Alma da Festa (2013), de Alexandre Soares Silva

Este livro nos convida a entrar na mente de um homem introspectivo, cujo maior prazer é observar a humanidade do conforto de seu apartamento. No entanto, um convite para uma festa muda sua vida de maneiras inesperadas, desencadeando uma série de reflexões sobre amizade, amor e solidão.

Fogo de Junho (2014), de Ademir Luiz

Trata-se de um romance metafórico que explora a complexidade de escrever sobre uma geração, ambientado durante as manifestações de 2013 no Brasil, cujas consequências políticas e culturais moldaram a situação atual do país, retratado como um gigante desperto, porém vulnerável.

Desconstruindo Sofia (2015), de Solemar Oliveira

Estudo de personagem sobre um matemático obcecado por uma mulher, a quem atribuiu diferentes personalidades, dependendo de seu estado emocional. A razão e a emoção se confrontam em uma personalidade esmigalhada pelo desejo e por um ideal irreal de amor.

Kramp (2017), de María José Ferrada

Este livro apresenta a história de M, uma menina cujo pai a ensina a catalogar as ferramentas da loja de hardware familiar chamada Kramp. Ferrada tecer uma tapeçaria delicada de memória, perda e crescimento, retratando a vida no Chile sob o regime de Pinochet.