Para quem ama livros, filme de romance da Netflix é um deleite para os olhos e a alma Kerry Brown / Netflix

Para quem ama livros, filme de romance da Netflix é um deleite para os olhos e a alma

O mote deste filme é: “Livros salvam vidas”. “A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata” é um drama lançado em 2018, sob direção de Mike Newell. Inspirado no livro homônimo e lançado postumamente de Mary Ann Shaffer, o roteiro foi adaptado para as telas por Don Roos, Kevin Hood e Thomas Bezucha. A história se passa logo após a Segunda Guerra Mundial e narra o encontro de uma escritora em ascensão de Londres e uma sociedade literária na Ilha de Guernsey.

No enredo, Juliet Ashton (Lily James) é uma jovem que perdeu os pais em um bombardeio na Segunda Guerra. Apaixonada pela literatura, ela se refugia na leitura e escrita para sobreviver. Suas histórias tomam proporção e a permite ascender como escritora em uma Londres culturalmente efervescente.

Apesar de agora ter seu próprio dinheiro, que a possibilita se mudar para um apartamento melhor, frequentar bons restaurantes e comprar belos vestidos, Juliet se sente incomodada em ver a cidade e as pessoas em ruínas, ainda tentando se reerguer das perdas materiais e emocionais da guerra. Um dia, Juliet recebe uma carta que parece ser exatamente o que ela precisa como inspiração para sua vida e seu novo livro.

A carta é de Dawsey Adams (Michiel Huisman), membro de uma sociedade literária de Guernsey, uma ilha britânica próxima da França e que havia sido tomada pelos nazistas. A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata foi o nome dado ao grupo formado por vizinhos que se reuniram, em uma noite, para jantar juntos. Dawsey conta para Juliet que todos os animais das fazendas foram levados para alimentar os soldados alemães e que a população de Guernsey foi deixada sem muito com o que se alimentar. Após muito tempo comendo mal, ele recebe uma carta de sua vizinha, Elizabeth (Jessica Brown Findlay), o convidando para sua casa.

No local e horário combinados, ele descobre que Elizabeth e a mãe haviam conseguido esconder um porco, que pretendem matar e assar em uma reunião entre amigos. Também são convidados para participar do jantar o chefe dos correios, Eben Ramsey (Tom Courtenay), e a amiga Isola Pribby (Katherine Parkinson). Em meio à dor, as perdas e a guerra, eles percebem que o que mais precisam é de uma confraternização.

Naquela noite, quando estão levando Eben Ramsey, que está bêbado, de volta para casa, são abordados por soldados nazistas. Então eles inventam a sociedade literária para justificar o passeio tarde da noite. Agora sob a mira dos alemães, eles precisam realmente promover os encontros de leitura que os levam a conhecer Juliet.

Intrigada pela história, ela decide ir até Guernsey para conhecer essas pessoas e, quem sabe, conseguir material para seu próximo livro. Na bela ilha medieval, ela se apaixona por aquela pequena comunidade que sobreviveu à guerra graças à companhia um do outro e aos livros. Em meio a tudo isso, há um drama envolvendo um triângulo amoroso e o misterioso desaparecimento de Elizabeth, que Juliet ajudará a desvendar.

Encantador, charmoso e esteticamente belo, o filme de Newell transporta os espectadores em sua imaginação por meio de cartas. É como viagem no tempo, que nos lembra tudo aquilo que temos nostalgia, mas que só conhecemos graças aos livros, as fotografias e aos filmes. Somos cativados por esse grupo simpático de personagens e não queremos deixar a história tão cedo. Uma obra para mergulhar em fantasia e se deliciar com sua delicadeza, mesmo quando o drama parece integrá-lo fundamentalmente.


Filme: A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata
Direção: Mike Newell
Ano: 2018
Gênero: Drama
Nota: 9/10