“A Dama de Companhia”, Gema R. Neira e María José Rustarazo concentram-se nas artimanhas de uma senhorita de 27 anos que aos poucos enfronha-se no seio da elite espanhola e garante mais alguns meses de subsistência no momento em que é admitida na casa de um pai viúvo de três filhas donzelas, ao melhor estilo dos romances que entretinham leitoras entediadas e de quando em quando experimentam uma instigadora revisita.
Em “Homem Irracional”, Woody Allen explora as brechas morais e o esgotamento existencial de um professor de filosofia que enxerga no crime a única saída possível para sua apatia. Joaquin Phoenix dá vida a um protagonista entorpecido por ideias mal digeridas e pulsões éticas distorcidas, enquanto Emma Stone representa a juventude fascinada pela aparência de profundidade. O filme oscila entre o cínico e o farsesco, questionando até onde vai o autoengano.
Em um recanto ensolarado do Mediterrâneo, um ex-astro do rock tenta se esconder do mundo, mas acaba confrontado pelos escombros afetivos que deixou para trás. “Mergulhando no Amor” camufla sob a leveza do romance uma delicada reflexão sobre culpa, reconciliação e o impulso persistente de buscar sentido quando o brilho do passado já não ilumina mais nada — e o silêncio começa a cobrar respostas que há muito foram adiadas.
Com visual vibrante e atmosfera alucinada, “As Passageiras” mistura terror, crítica social e humor ácido para narrar o mergulho de um jovem latino em um submundo onde o sangue corre com mais frequência do que promessas de futuro. Entre festas privadas e criaturas vorazes, o filme expõe, sob luzes de néon, as engrenagens de um sistema que transforma vulnerabilidade em moeda de troca — e naturaliza o colapso como destino para quem nasce do lado errado da cidade.
Em um universo de cores vibrantes e fantasia despretensiosa, “Loja de Unicórnios” se desenha como uma fábula contemporânea sobre o embate entre a imaginação e as exigências da vida adulta. A protagonista, Kit, vivida por Brie Larson, encarna o dilema de quem se vê forçado a abandonar seus devaneios para se adequar a um mundo que privilegia a conformidade. Rejeitada pela escola de arte e imersa em um ambiente corporativo onde sua autenticidade parece não ter espaço, Kit se depara com uma proposta insólita: uma loja que promete entregar a ela um unicórnio, símbolo máximo de sua crença infantil na magia e no extraordinário.
