O filme que foi aplaudido de pé e fez diretor ser processado e ameaçado de morte acaba de estrear na Netflix
Nenhum cenário parece ser cruel o bastante quando se mira a degradada condição das mulheres no mundo islâmico. No caso do Irã, a teocracia que vige no país há 45 anos, desde a deposição do xá Reza Pahlavi (1919-1980) em 11 de fevereiro de 1979, as condena a uma rotina de constantes importunações de ordem moral. Em “Holy Spider”, Ali Abbasi mostra com escandaloso didatismo um dos diversos episódios de feminicídio incorporados ao dia a dia do Irã, nascidos, claro, do mais ruidoso desprezo pelas liberdades individuais que o fundamentalismo islâmico não cansa de patrocinar.