Livros

Os 12 livros mais vendidos do mundo em 2025 até agora — e o que eles dizem sobre nós

Os 12 livros mais vendidos do mundo em 2025 até agora — e o que eles dizem sobre nós

Os livros mais vendidos de 2025 revelam mais do que preferências de mercado: desenham o contorno emocional de uma época esgotada. Em vez de rupturas ou ambiguidade, o que se destacou nas prateleiras foram narrativas seguras, romances digeríveis e thrillers moldados para consumo imediato. Com dados consolidados de 11 mercados internacionais, esta análise mostra como a literatura de massa se tornou, em grande parte, uma forma de anestesia emocional. Entre best-sellers previsíveis e exceções raras, a lista deste ano nos obriga a perguntar: o que exatamente estamos buscando quando buscamos um livro?

5 livros brasileiros que deveriam ser leitura obrigatória

5 livros brasileiros que deveriam ser leitura obrigatória

Cada um à sua maneira, estes cinco romances expõem as brechas da história oficial. Há quem reescreva a Bíblia com a voz da mulher silenciada. Quem narre o fim com a frieza de quem desistiu de viver antes de morrer. Há os que recusam o crachá e os que dissolvem a linguagem. E há também aquelas que tremem, não de fraqueza, mas de excesso de consciência. São livros que não se lê para descansar, mas para acordar um pouco. E se possível, continuar pensando depois da última linha.

A literatura como castigo: a arte de dizer pouco com muitas palavras

A literatura como castigo: a arte de dizer pouco com muitas palavras

Não, não era sobre “Homens Elegantes” (2016) a sinopse publicada pela Bula anteontem, mas este artigo é. O romance histórico do gaúcho Samir Machado de Machado talvez seja um dos livros mais pretensiosos já publicados, ainda que, reconheço, Machado de Machado seja digno de nota pelo esforço em misturar sátira, crítica ao colonialismo e uma reflexão sobre as diversas formas de masculinidade. A suposta elegância de Machado de Machado é a desculpa perfeita para falar muito e dizer pouco, uma maneira garrida de mistificação.

Cristovão Tezza diante do silêncio: uma literatura à altura do Nobel

Cristovão Tezza diante do silêncio: uma literatura à altura do Nobel

Um pai, um filho, e a ausência de Deus. Cristovão Tezza constrói uma narrativa crua e dolorosamente lúcida sobre o nascimento de uma criança com síndrome de Down — e a transformação silenciosa de um homem diante do acaso. Sem mitos, sem consolo, sem redenção. Apenas a lenta e digna aceitação do absurdo, como em Camus, como em Borges. O que nasce ali não é só um filho: é a consciência. Um romance que confirma Tezza como um dos poucos autores brasileiros à altura do Nobel.

Os Demônios como exorcismo literário: Dostoiévski entre o abismo e a profecia

Os Demônios como exorcismo literário: Dostoiévski entre o abismo e a profecia

Dostoiévski não escreveu apenas romances — escreveu abismos. Sua literatura antecipa os colapsos morais e políticos que moldaram os séculos seguintes. Ao criar personagens possuídos por ideias, ele não dramatiza o indivíduo, mas disseca os vírus da modernidade: o niilismo, o fanatismo, a fé deformada, a razão corrompida. Não há heróis, há vozes em ruína. E ao invés de redenção, o que se oferece é ruído, vertigem, revelação. Neste ensaio, atravessamos a escrita como quem cruza um incêndio espiritual. Porque às vezes é preciso contemplar o mal de perto para entender de onde virá — e como reconhecer.