Ideias

Humor é subversão. O resto é gracinha

Humor é subversão. O resto é gracinha

Nós usamos a expressão “Indústria dos Quadrinhos”, mas nunca, jamais, “Indústria da Literatura”. Bem feito pra literatura. E bem feito pra todos os escritores que sofrem pela humanidade com o coração sangrando e o bolso vazio. Indústria pressupõe a existência de cliente, consumo, produção e, consequentemente, dinheiro. Mas nas HQs, como nos livros, quem fatura é o editor, claro.

A vida é muito curta pra perder tempo com livro chato

A vida é muito curta pra perder tempo com livro chato

Ler sempre foi uma aventura, uma jornada, uma descoberta, uma busca. Muito antes de Jorge Luis Borges apontar as semelhanças entre Simbad e Odisseu (que li muito cedo, em edições para crianças), eu já havia percebido as notáveis coincidências. De certa forma, tudo o que li depois disso foi uma busca pela mesma vertigem proporcionada pela saga dos dois marinheiros. E é disso que esta coluna vai falar. Da busca de coisas pra ler. Livros, na maioria das vezes. Mas não só. E não vou falar apenas de coisas recém-chegados às livrarias. Não. A ideia aqui é partilhar descobertas e não seguir a agenda de lançamentos. Afinal, não existe livro novo: existe aquele que você leu e aquele que você não leu.

20 aforismos de Franz Kafka

20 aforismos de Franz Kafka

“Muitos se queixam de que as palavras dos sábios são sempre só parábolas, inúteis na vida quotidiana; e só esta nos é dada. Todas as parábolas dizem apenas que o incompreensível é incompreensível; e isto já sabemos. Disse um: “Porque resistes? Se obedecesses às parábolas, transformar-te-ias em parábola, e estarias livre da vida quotidiana.” Outro disse: “Eu gostaria de apostar em que isto também é uma parábola.” O primeiro respondeu: “Ganhaste.” O outro disse: “Mas infelizmente, só na parábola.” E o primeiro: “Não, na realidade; na parábola, perdeste.”

Pecados, demônios e tentações em Chaves

Pecados, demônios e tentações em Chaves

O ator, escritor e diretor mexicano Roberto Gómez Bolaños, morto em 2014, apelidado, num exagero quase perdoável, de Chespirito, ou “Pequeno Shakespeare” à mexicana. Ele é o criador de uma das mais sutis, brilhantes e temíveis representações do inferno em qualquer das artes: o seriado “Chaves”. Se, conforme ensinou Baudelaire, “a maior artimanha do demônio é convencer-nos de que ele não existe”, podemos concluir que esse mesmo demônio não iria apresentar seus domínios por meio de estereótipos: escuridão, chamas, tridentes, lava. Em “Chaves”, verdadeiramente, “o inferno são os outros”.

Por que Felipe Neto é o intelectual mais influente do Brasil | Maio de 2012

Por que Felipe Neto é o intelectual mais influente do Brasil | Maio de 2012

O grande mérito de Felipe Neto é conseguir falar para quem precisa ouvir: a “canaille”, a arraia miúda, a burguesia inculta e até mesmo os irritantes PIMBA (Pseudointelectuais Metidos a Besta). Seus vídeos são memes culturais ao estilo Dawkins. Multiplicam-se pela internet como vírus. Em alguns casos é até difícil evitá-los, tornando-o um catequizador na dura tarefa de civilizar bárbaros.