Quando acorda após o acidente, um homem anônimo não se lembra de seu nome e nem de quem ele foi no passado, estando com a aparência completamente modificada. A única coisa que ele tem consigo é um livro que contém cartas, figuras e textos que revelam mais sobre suas memórias. Enquanto se recupera de seus ferimentos, a enfermeira Hana vai ajudá-lo a compreenderem juntos suas vidas.
Com uma duração extensa, que pode parecer um desafio em tempos de consumo rápido de conteúdo, o filme recompensa os espectadores pacientes com uma crítica incisiva ao oportunismo e à hipocrisia do protagonista. A história não apenas questiona as ações de Frank Lucas, mas também coloca em debate o verdadeiro significado de justiça. Personagens como Lucas e o policial que o persegue são exemplos poderosos de figuras magnéticas e perigosas, cuja interação oferece uma reflexão profunda sobre os papéis que desempenham na sociedade.
Campion escolheu Benedict Cumberbatch para dar vida ao personagem principal, um ator reconhecido por interpretar figuras complexas e sofisticadas, como Alan Turing em “O Jogo da Imitação” e o vilão Khan em “Além da Escuridão — Star Trek”. À primeira vista, sua escolha para um papel em um faroeste pode parecer surpreendente, mas a performance de Cumberbatch se revela crucial para a força e o impacto do filme.
Kevin Costner foi originalmente considerado para o papel de Frank Hamer em 2009, mas na época, sentiu que não estava à altura do papel, pois era muito mais jovem que o verdadeiro policial na época dos acontecimentos. Liam Neeson chegou a assumir o papel, mas posteriormente desistiu. Foi apenas em 2019 que Costner se considerou pronto para a interpretação, chegando a ganhar dez quilos para dar mais veracidade ao personagem.
“Manobra Arriscada” reúne boa parte dos chavões de muitos dos filmes sobre garotos perdidos tentando encontrar-se com a ajuda de seu amor por máquinas de duas rodas, tudo levado por nomes de destaque nas séries que tomaram conta das plataformas de streaming, onde acabaram virando fenômenos de audiência. Em sua segunda incursão como diretor, Kelly Blatz tem jogo de cintura para valer-se de imagens bastante gastas e tirar delas sua ideia do que seja a luta de um homem por conhecer a própria história.
