Filmes

No ano 2000, Ridley Scott se propôs um desafio: convencer o público a abandonar um pouco a comodidade da tecnologia que se aboletava de vez na sociedade e viajasse para a Roma Antiga, perdida para sempre num tempo tão bárbaro que arenas no centro da cidade eram palco para espetáculos em que escravos e feras lutavam entre si, até que apenas um restasse com vida. O veículo no qual se deveria embarcar rumo a essa jornada era o épico “Gladiador”.

Durante um fim de semana de fevereiro de 1969, uma estrela de um programa de faroeste enfrenta problemas para conseguir novos trabalhos, vítima direta da pletora de transformações na indústria cinematográfica americana, cada vez mais instável. Alegoria sobre o encanto e a loucura que há em se fazer um filme, “Era uma Vez em… Hollywood” supera qualquer prognóstico ao mostrar um Quentin Tarantino sempre delirante, mas cada vez mais maduro e sabedor como poucos da responsabilidade que há em seu delicioso ofício.

Parece que as histórias da Segunda Guerra não têm fim. Sempre há algo novo para ser explorado. Ou um ângulo ainda desconhecido. Em “A Batalha Esquecida”, o diretor Matthijs van Heijningen, que parecia aposentado após ficar dez anos sem dirigir um longa-metragem, conhecemos a Batalha de Arnhem, um sangrento conflito travado entre os nazistas e as Forças Aliadas pela libertação da Holanda.

Experiente no riscado, em “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”, Jonathan Liebesman tem um jeito bastante próprio de tratar com a paranoia americana favorita, juntando num caldeirão já muito cheio dos lugares-comuns desse subgênero alguns elementos que ora evidenciam a natureza mítica (e mística) dessas histórias, ora refutam com veemência a menor semelhança que possa ter para com outras produções desse nicho, num sobe e desce de tensão que desnorteia em vários momentos, de propósito e sem nunca deixar o filme de lado.

Estreia de Manuela Martelli como diretora em longa-metragem, “1976” é um drama político e um noir que atravessa um período da história do Chile e da vida da protagonista, Carmen, interpretada magistralmente pela atriz Aline Küppenheim. Um filme conciso, inteligente e charmoso, este enredo vai te prender do início ao fim.