O filme mais assistido da Netflix na atualidade em mais de 100 países R. Bajo / Netflix

O filme mais assistido da Netflix na atualidade em mais de 100 países

Na primavera de 1945, pouco antes do apito final da Segunda Guerra, um grupo de aldeões em um lugar remoto na Alemanha se revolta contra uma comitiva de soldados nazistas. O nome do filme é “Sangue e Ouro”, produção original da Netflix, dirigido Peter Thorwarth e escrito por Stefan Barth. Assim como “Bastardos Inglórios”, o novo clássico de Quentin Tarantino, o longa-metragem alemão tem influências de faroeste espaguete e as canções de Jessica de Rooij e Hendrik Nölle claramente tem sons que remetem aos arranjos de Ennio Morricone. 

No enredo, o soldado alemão desertor Heinrich (Robert Maaser) é capturado e enforcado por oficiais da SS. No entanto, é salvo por Elsa (Marie Hacke), uma aldeã de uma vila próxima, que mora em uma fazenda com seu irmão Paule (Simon Rupp). O pai de Elsa e Paule era um subversivo que foi morto pelos nazistas anos antes. Heinrich pretende voltar para sua cidade para reencontrar sua filha, Elizabeth, única sobrevivente de um bombardeio que matou sua esposa e o filho. No entanto, os mesmos nazistas que tentaram matar Heinrich chegam ao vilarejo remoto e acabam batendo na porta de Elsa.

Em um inevitável confronto, eles conseguem matar quase todos os soldados da SS, com exceção de Dörfler (Florian Schmidtke), que mais tarde retorna ao local com mais nazistas. Paul acaba capturado pelos oficiais alemães e Heinrich e Elsa, que haviam fugido, precisam retornar para salvá-lo. Enquanto isso, os soldados ocupam a vila em busca de um tesouro de uma antiga família judia que foi expulsa da aldeia.

Ao mesmo tempo que Heinrich, Elsa e Paule buscam suas vinganças pessoais contra os oficiais, os aldeões também se unem contra os soldados para proteger o tesouro que pretendem dividir. Além disso, há algumas pessoas que são contra o Führer e seu regime autocrático. Toda essa divergência fará com que um confronto sangrento ocorra.

Peter Thorwarth também é diretor de um outro sucesso financiado pela Netflix, “Céu Vermelho-Sangue”. Os processos desses dois filmes foram similares, conforme ele contou em uma entrevista. Ambos os projetos ficaram muito tempo no papel por falta de recursos. “Céu Vermelho-Sangue” ficou parado por 15 anos até Thorwarth conseguir o apoio da produtora e streamer. “Sangue e Ouro” veio de uma ideia do roteirista, Stefen Barth, que apresentou o script para Thorwarth em 2007. De lá para cá, o diretor falou que teve que trabalhar em muitos projetos com os quais não se identificava.

Satirizando soldados nazistas e colocando heróis improváveis, como uma mulher, um soldado desertor e um jovem com Síndrome de Down, o filme não tem intenção de ser uma obra histórica fidedigna, tampouco uma comédia que não se leva à sério. Thorwarth e Barth unem humor e absurdo sem perder a humanidade. Um exemplo disso, é o tom mais sério que adota no flashback que relembra quando a família judia é expulsa da cidade.

Embora não adote um tom tão satírico quanto “Bastardos Inglórios”, há uma familiaridade entre as obras. Além da obscuridade do humor, há uma violência crescente e uma vingança idealizada contra os nazistas que só acontece na ficção.


Filme: Sangue e Ouro
Direção: Peter Thorwarth
Ano: 2023
Gênero: Guerra / Ação / Comédia /Drama
Nota: 9/10