Filmes

O cinema reinventa lugares e épocas ao talante do que lhe exige o público, leia-se o mercado. “Terra Selvagem”, o thriller meio faroeste de Taylor Sheridan, soa como uma tentativa encarniçada do diretor de recobrar a mística de um ambiente e de um tempo há muito superados — lamentavelmente —, o que consegue em parte. Sheridan, a potência oculta nos roteiros de “Sicario: Terra de Ninguém” (2015), dirigido por Denis Villeneuve; “Sicario: Dia do Soldado” (2018), de Stefano Sollima, e “A Qualquer Custo” (2016); de David Mackenzie, passa à direção levando muito do que deixou somente insinuado naqueles filmes e aqui empenha todas as fichas na construção do intricado contorno psicológico de seu anti-herói, um tipo ao qual ninguém fica indiferente.

“Elysium” vai muito além de apontar métodos comprovadamente falhos das forças policiais num futuro apocalíptico ainda distante, porém dia a dia mais verossímil. Numa das mais bem contadas histórias sobre a incerteza que ronda a população do mundo inteiro, agravada por chagas muito próprias da pós-modernidade, Neill Blomkamp lança mão de emoções díspares e complementares entre si, como o amor e o ódio de uma humanidade bestializada, para especular sobre quanto tempo mais resistiremos a nós mesmos.

“As Leis da Fronteira” é uma a aventura que narra a história de Nacho, um garoto solitário e tímido, que se envolve romanticamente com a bela e rebelde Tere e seu grupo de amigos delinquentes. Ambientado em Girona, no verão de 1978, os dias de Nacho com aquela gangue de criminosos traz amadurecimento, experiências inesquecíveis, aprendizados e duras consequências.

Os vários sentimentos, divergentes, mas complementares, que marcam a vida dos infaustos personagens de “Lendas da Paixão”, tornam-se indomavelmente destrutivos à medida que se tem cada vez mais explícita a certeza de que não estão a salvo da imoderação de sua própria natureza, e reagem a essa torturante evidência com toda a dissimulação de que são capazes, manifestando um desprezo cabal uns pelos outros.