Crônicas

“Educação para a vida deveria incluir aulas de solidão”

“Educação para a vida deveria incluir aulas de solidão”

Quem nunca sentiu em plena luz do dia o mundo cinzento e circunspecto à sua volta, levante a mão. As palavras saindo da boca sem ordem e sem juízo. O discurso atrapalhado, estendendo os braços por detrás de sentenças inteiras sobrepostas umas sobre as demais. Brincadeira ainda verde de cabra-cega, esgueirando os restos de infância através de um corpo decididamente maduro. Quem nunca ansiou compor de quietude seus gestos e de apaziguamento sua mente? Confesse enquanto há tempo.

Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser

Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser

Ignorância, brutalidade ou primitivismo é o que não faltam mesmo nas mais abastadas famílias, rodeadas de caviar e etiquetas. Todo mundo, não dá para negar, carrega pedras na alma. Raiva e lodo por detrás de sorrisos quase imaculados. Cegueiras de todo o tipo, que nos impedem de enxergar a fertilidade e o despertar delicado de certas relações ou de belos e abençoados momentos da natureza. Os olhares licorosos perdidos no pôr do sol, um modo especial de acariciar seu bichinho de estimação.

Eu vou criar polêmicas porque hoje é sábado

Eu vou criar polêmicas porque hoje é sábado

Se chover, eu vou tomar um banho, porque hoje é sábado. Todos os dias, antes de sair e surtar, eu leio um poema do Vinícius. Poeta, meu poeta camarada, por que o ontem, o hoje e o amanhã não podem ser vividos como se sábado fossem? É apenas segunda-feira, e o mau humor é sorvido com torradas no desjejum silente, mesmo assim, eu já vejo nuvens em forma de bundas. Por que será que hoje tá com cara de sábado, querida?

Cuidado. Aquele que lhe puxa o saco quer mesmo é puxar-lhe o tapete

Cuidado. Aquele que lhe puxa o saco quer mesmo é puxar-lhe o tapete

Incapaz de um raciocínio mais complexo que contar os minutos para a hora da próxima refeição, ele nem desconfia de que pertence a uma espécie ordinária, a mais danosa entre todas as pragas que hoje assolam o mundo, mais daninha que o gafanhoto, a traça, o cupim, o spam ou as duplas sertanejas. Nem imagina o quanto encarna fielmente o clássico bajulador. Ele mesmo, o bom e velho puxa-saco. Acredite. Essa racinha miserável não tem mãe. Nasce em casulos pendurados nas protuberâncias que ficam na região pélvica de artistas, celebridades, endinheirados de alguma classe, políticos de qualquer cargo e chefes de toda sorte.

Todo charme, simpatia e burrice da mulher brasileira

Todo charme, simpatia e burrice da mulher brasileira

Eu tô cansado de saber que os leitores, em sua maioria, não gostam nem um pouquinho de ler os meus textos, quando eles (os textos) são tristes ou violentos. Filme triste, novela violenta, ainda vá lá, mas, crônica-drama ninguém merece. Não tenho boas notícias, amigos. Esta crônica não somente é triste, mas, violenta também. Os olhos incomodados que se retirem. Sem ressentimentos, cambada. Para amenizar a agonia daqueles que continuarem comigo pelas linhas seguintes, hei de me esmerar no sarcasmo e na fina ironia, para não ser tão grosseiro quanto pareço desde o título.