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Ornella Vanoni e a voz que permaneceu

Ornella Vanoni e a voz que permaneceu

A notícia tardia da morte de Ornella Vanoni desperta uma memória íntima, construída entre discos antigos, vozes que atravessam gerações e revisitas que moldam afetos persistentes. Suas canções, especialmente as versões primeiras de “L’Appuntamento” e “Senza Fine”, retornam como ecos de um passado que insiste em permanecer. O relato pessoal encontra na música um território de continuidade, lembrando que algumas vozes seguem vivas mesmo quando silenciam. Em meio a recordações irredutíveis, suas interpretações reacendem afetos guardados no tempo que passa.

Eu escrevo porque escrever não me leva a nada

Eu escrevo porque escrever não me leva a nada

Naquela época, em meados dos anos 1970, a ditadura militar imperava no país e eu ainda não fazia a mínima ideia do que significasse uma vida adulta desvirtuada por sonhos adulterados. Só pensava em brincar, em ir à escola, em escrever historinhas pueris inspirado no acervo precioso de um Monteiro Lobato, com a barriga colada no chão frio que recendia a cera de embalagem econômica. A minha perspectiva de vida, portanto, era tão superficial, rasa e rasteira quanto as pegadas no piso vermelhão da casa de família de classe média em que fui criado.

Ícone da prosa radical dos anos 1990, Marcelo Mirisola leva ao novo romance sua guerra contra o bom-mocismo literário

Ícone da prosa radical dos anos 1990, Marcelo Mirisola leva ao novo romance sua guerra contra o bom-mocismo literário

Previsto para chegar às livrarias em 2026, depois de “Espeto Corrido” e da criação do selo independente Velhos Bárbaros, “Beleléu” retoma sexo, ressentimento de classe e humor cruel na prosa de Marcelo Mirisola. O romance acompanha um narrador que transforma fracassos, brigas e precariedade em matéria literária e agora enfrenta um campo dominado por redes sociais, editais e disputas de visibilidade, mantendo a recusa ao bom-mocismo cultural que marca a trajetória do autor desde os anos 1990.

O tesouro invisível da internet brasileira: por dentro da Biblioteca Nacional Digital

O tesouro invisível da internet brasileira: por dentro da Biblioteca Nacional Digital

Disponível desde 2006, o portal da Fundação Biblioteca Nacional reúne milhões de páginas de livros, jornais, mapas, fotos e manuscritos em domínio público, acessíveis sem cadastro e de qualquer dispositivo. Com novos recursos da Finep para modernizar sistemas e ampliar a digitalização, a plataforma consolida-se como principal porta de entrada para a memória escrita e visual do país, aproximando pesquisadores, estudantes, jornalistas e leitores curiosos de documentos antes restritos ao prédio no Rio e aos processos atuais de preservação digital.

O dia em que Mark Twain quis desenterrar Jane Austen (com o próprio fêmur)

O dia em que Mark Twain quis desenterrar Jane Austen (com o próprio fêmur)

Mais de um século depois, a frase escrita por Mark Twain em carta a Joseph Twichell em 1898 tornou-se peça central dessa história de antipatia literária: um clássico atacando outro clássico. Reproduzida em edições de cartas, biografias e coletâneas de insultos, ela mostra um autor consagrado tentando expulsar Jane Austen da biblioteca ideal e acabou virando emblema de uma disputa que envolve gosto, gênero, cânone e a forma como lemos autores consagrados, em ensaios, debates acadêmicos e discussões de leitores.