No último sábado, almocei em casa e fui fazer a sesta em frente à TV, como habitualmente procedo nos dias em que estou de folga. Sintonizei um canal líder de audiência e me deparei com a transmissão, ao vivo, de uma partida de futebol entre mulheres. Eram duas e trinta da tarde. Um calor de tirar pica-pau do oco. Os termômetros marcavam quase quarenta graus.
“Paddleton” (2019), dirigido por Alexandre Lehmann, é uma comovente reflexão sobre amizade, perda e a inevitabilidade da morte. O filme acompanha Mike, diagnosticado com câncer terminal, e Andy, seu melhor amigo, enquanto navegam juntos pela incerteza do futuro. A narrativa, equilibrando humor e emoção, explora a profundidade do vínculo entre os dois e questiona o significado de viver e morrer com dignidade.
Em “Errementari: O Ferreiro e o Diabo”, o diretor Paul Urkijo Alijo recria um conto popular europeu, amalgamando elementos de realismo mágico e folclore basco. Ambientado durante a Primeira Guerra Carlista, o filme narra a vida de Francisco Patxi, um ferreiro que, após um pacto sombrio com um demônio, luta contra os demônios de seu passado. Com uma trama rica em simbolismo e uma atmosfera sombria, a obra instiga reflexões sobre moralidade, ambição e as consequências de escolhas cruéis.
Julio Cortázar, é um marco na literatura mundial, desafiando as convenções narrativas tradicionais com sua estrutura fragmentada e múltiplas possibilidades de leitura. Ao permitir que o leitor escolha diferentes sequências de capítulos, a obra se torna uma metáfora da própria existência humana, marcada pela incerteza e pela busca incessante por sentido. O protagonista, Horacio Oliveira, reflete essa inquietação ao oscilar entre o racional e o instintivo, o caos e a ordem, em uma jornada filosófica profunda. Cortázar utiliza o romance como um jogo, em que cada salto entre capítulos reflete uma tentativa de compreender a vida moderna. Assim, o leitor não apenas acompanha a trama, mas participa ativamente na construção de seus significados.
Em “Anne Frank, Minha Melhor Amiga”, dirigido por Ben Sombogaart, a história de Anne Frank é revisitada sob a perspectiva de sua suposta melhor amiga, Hannah Goslar. Esta abordagem inovadora revela nuances da vida de Anne, destacando suas aspirações e desafios em meio ao terror da Segunda Guerra Mundial. O filme não apenas explora a amizade entre as duas jovens, mas também traz à tona temas complexos, como a busca pela identidade e a luta pela sobrevivência em tempos de opressão.
