Filme com Dwayne Johnson, que estreou esta semana na Netflix, já lidera no Brasil — e alimenta o vício nacional por ação sem pausa Divulgação / New Line Cinema

Filme com Dwayne Johnson, que estreou esta semana na Netflix, já lidera no Brasil — e alimenta o vício nacional por ação sem pausa

Brad Peyton vale-se da imagem bonachona de Johnson para oferecer ao público uma daquelas histórias saborosamente absurdas. Em “Rampage: Destruição Total”, o brutamontes mais querido de Hollywood enfrenta de igual para igual criaturas monstruosas de dez, vinte metros de altura, dentes pontiagudos e escamas repulsivas, numa tentativa desesperada de, adivinhe, salvar o gênero humano. Mas para a tarefa ele pode contar com um reforço de peso.

5 novos filmes que estrearam na HBO Max em julho e merecem entrar na sua lista antes do mês acabar Divulgação / Warner Bros.

5 novos filmes que estrearam na HBO Max em julho e merecem entrar na sua lista antes do mês acabar

Julho não terminou — e talvez o mês ainda guarde algo que valha a pena ser visto. A HBO Max recebeu, em silêncio, uma leva de estreias que escapam da lógica das vitrines gritantes e dos algoritmos impacientes. São filmes que se insinuam devagar, que têm coisa a dizer mesmo quando parecem simples. Alguns revisitados, outros inéditos, mas todos com algum tipo de urgência — moral, emocional, histórica. Se você ainda se pergunta o que assistir antes que o calendário vire, talvez a resposta esteja em olhar com mais calma.

Quando a justiça cabia em 96 páginas: a história esquecida dos bolsilivros de faroeste que o Brasil devorou em silêncio

Quando a justiça cabia em 96 páginas: a história esquecida dos bolsilivros de faroeste que o Brasil devorou em silêncio

No Brasil do século 20, cowboys de papel circularam por bancas, padarias e rodoviárias, levando faroestes impressos às mãos de milhões de leitores. Com capas sensacionalistas, enredos velozes e pseudônimos estrangeiros, os bolsilivros formaram um ecossistema editorial que resistiu por décadas. Eram baratos, descartáveis, e, justamente por isso, fundamentais. Este texto traça um retrato histórico e cultural da era dourada dos bolsilivros de faroeste, quando a justiça cabia em 96 páginas e a literatura se escondia sob nomes inventados e capas gritantes.

Se existe um faroeste que todos devem ver ao menos uma vez na vida, é a obra-prima de John Sturges — agora no Prime Video Divulgação / United Artists

Se existe um faroeste que todos devem ver ao menos uma vez na vida, é a obra-prima de John Sturges — agora no Prime Video

John Sturges (1910-1992) aproveita bem os ventos de liberdade que sopravam naquele distante 1960 para carregar nas tintas do discurso patriota, e o que se vê em “Sete Homens e um Destino” é mais um dos tantos shows de interpretação de um elenco no auge da potência física e da maturidade profissional. A adaptação dos roteiristas Walter Bernstein (1919-2021) e William Roberts (1913-1997) salta aos olhos justamente porque tem a sensibilidade de inserir todos os efeitos que transformaram essa história num clássico atemporal do cinema.

Acaba de estrear no Prime Video o grande vencedor do Oscar 2025 Divulgação / FilmNation Entertainment

Acaba de estrear no Prime Video o grande vencedor do Oscar 2025

A madrugada em Nova York não termina, apenas muda de cor. Entre o neon e o cinza, uma moça dança. Dança com o corpo treinado, mas o olhar de quem já aprendeu que não há salvação fora do palco. “Anora”, de Sean Baker, vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2025, começa onde tantos outros terminam: no instante em que a promessa implode e resta o contorno fosco da sobrevivência. É uma narrativa que se desenha como fábula tardia, mas logo recusa a moral. O que sobra é ruído. Um vazio iluminado por dólar amassado e presente caro, como se o luxo fosse suficiente para esquecer o que se vendeu para recebê-lo.