O meu passado de atleta me credencia a morrer dormindo

O meu passado de atleta me credencia a morrer dormindo

Eu queria morrer dormindo. Impávido. Sem culpa. E ser encontrado pela diarista de coluna torta, a segurar o frasco de Diabo Verde numa mão e o escovão na outra. Maria. Sempre uma Maria na vida da gente, pedindo licença para entrar na suíte do casal e botar pra quebrar. Queria ser pego com um sorriso enigmático no rosto, paralítico, nem alegre, nem triste, de quem deixou a vida para entrar para a história.

7 leituras que marcaram a década e ainda são recomendadas como se tivessem acabado de sair

7 leituras que marcaram a década e ainda são recomendadas como se tivessem acabado de sair

Sete romances publicados em diferentes momentos das últimas décadas continuam a circular entre leitores como se tivessem sido lançados ontem. Talvez porque falem de perdas íntimas ou de regimes distópicos, de silêncios persistentes ou de desmoronamentos interiores. Talvez porque escapem ao tempo — ou porque revelem que o tempo é sempre o mesmo. Entre autores consagrados e vozes discretas, essas obras não apenas resistem ao esquecimento, como retornam em contextos novos, carregando perguntas que ninguém resolveu ainda. São livros que permanecem. E talvez seja isso o que os torna tão urgentes.

9 melhores romances no Prime Video Divulgação / Olive Bridge Entertainment

9 melhores romances no Prime Video

Romances podem até seguir fórmulas parecidas, mas os grandes filmes do gênero nunca se contentam em apenas repetir histórias de amor. Eles criam atmosferas, esculpem silêncios, colidem destinos com intensidade dramática e deixam marcas que sobrevivem ao desfecho. Muito além de clichês, os melhores romances do cinema são aqueles que encaram o amor como potência criadora e destrutiva, que reconhecem suas contradições, seus efeitos colaterais, e o retratam como força vital, ora redentora, ora devastadora.

Vencedor de 4 Oscars, o último grande filme de Ron Howard está na Netflix Divulgação / Universal Pictures

Vencedor de 4 Oscars, o último grande filme de Ron Howard está na Netflix

Aos vinte anos, o matemático John Forbes Nash Jr. (1928-2015) defende sua tese de doutorado na Universidade de Princeton. O estudo, revolucionário, consiste numa teoria que associa jogos e rivalidade na solução de questões econômicas, confrontando ninguém menos que Adam Smith (1723-1790) e promovendo a maior revolução em um século e meio de teoria econômica. Nash ganha os holofotes e torna-se famoso em todo o mundo, mas em “Uma Mente Brilhante” Ron Howard parece determinado a convencer o espectador de que nada foi tão simples assim — e não foi mesmo.

Recorde absoluto: livro que vendeu 15 milhões de exemplares e foi traduzido para 40 línguas

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É emblemático como certos livros nos tocam antes mesmo de terminá-los, mesmo que, ao final, não saibamos exatamente por que fomos tocados. “Toda Luz que Não Podemos Ver”, do norte-americano Anthony Doerr, é um desses casos. Não exatamente pela história, que poderia soar familiar: uma menina cega em Paris ocupada pelos nazistas, um menino alemão brilhante alistado à força pela Juventude Hitlerista, mas por algo mais sutil — uma forma de olhar para o horror sem deixar que ele obscureça completamente a ternura.