Em uma sociedade de analfabetos, ser inteligente na adolescência virou crime

Em uma sociedade de analfabetos, ser inteligente na adolescência virou crime

A indústria cultural, diferentemente de boa parte dos pais, sabe o significado do mito da adolescência moderna. Ultrapassando as pretensas crises emocionais que decorrem do período, as quais são deixadas para reflexão dos psicólogos e dos psicanalistas, cuida-se logo de “empurrar goela abaixo” o estereótipo estupidificante do adolescente bestializado, um “trapo humano” jovem e insensível. Despreza-se a leitura, tida como “tarefa chata da escola”, travestindo de “poesia” os “ex-my love” da vida — como se pudesse haver perenidade artística em algo tão ruim e de criatividade equivalente a de uma bactéria anaeróbia.

Além de García Márquez e Shakira, livro mostra a Colômbia que o brasileiro desconhece

O excelente livro “Os Colombianos” (Contexto, 205 páginas), do doutor em História Andrew Traumann, abre, digamos, um portal para o conhecimento do quarto país mais rico da América Latina (atrás apenas de Brasil, México e Argentina). Este texto prioriza a cultura, e você, leitor, como eu, certamente ficará escandalizado com nossa ignorância sobre as várias — ao menos quatro — Colômbias, com seus 50 milhões de habitantes (supera a Argentina e, na América Latina, só perde para Brasil e México).

Traduzir é trair, sim

Traduzir é trair, sim

Caetano Galindo (1973) é doutor em linguística pela Universidade de São Paulo e professor na Universidade Federal do Paraná. Seu livro de contos “Ensaio sobre o Entendimento Humano” venceu o Prêmio Paraná de Literatura de 2013. Tornou-se um dos mais premiados tradutores brasileiros, vertendo para o português brasileiro autores complexos como Thomas Pynchon, David Foster Wallace e, principalmente, James Joyce. A obra de Joyce encontrou em Galindo um tradutor ao mesmo tempo criativo e preocupado com a inteligibilidade do texto.

O álbum perdido de John Coltrane

Um álbum inédito da lenda do jazz John Coltrane foi encontrado pela família da primeira esposa do músico, Juanita Naima Coltrane, na casa em que o casal vivia, nos Estados Unidos. Intitulado “Both Directions at Once”, o álbum estava perdido há mais de 50 anos. As faixas incluem sete temas gravados em 1963 pelo quarteto clássico de Coltrone, em um estúdio em Nova Jersey. À época, o material foi descartado pela gravadora responsável, Impulse!