Escape da realidade por 96 minutos com Nicolas Cage e Idris Elba na Netflix Jasin Boland / Columbia Pictures

Escape da realidade por 96 minutos com Nicolas Cage e Idris Elba na Netflix

Na criação cinematográfica, cada diretor tem sua maneira particular de trazer à tona metáforas acerca do fim da vida, do apocalipse, de Deus, do mal e de rituais que conectam a humanidade a ambos. Em “Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança”, Brian Taylor e Mark Neveldine demonstram maestria em utilizar o poder da síntese, mas também não economizam no uso de uma infinidade de imagens — admito que a maioria delas manipuladas digitalmente sob a supervisão de Nick Allder. Eles conseguem abordar tais tópicos complexos sem deixar de lado a ação.

Adaptado de obra-prima de J. M. Coetzee, filme na Netflix é um desafio para o cérebro e uma aula de sociologia Divulgação / Samuel Goldwyn

Adaptado de obra-prima de J. M. Coetzee, filme na Netflix é um desafio para o cérebro e uma aula de sociologia

Um filme do cineasta colombiano Ciro Guerra, “Esperando pelos Bárbaros” é uma adaptação do livro homônimo de J. M. Coetzee, lançado na década de 1980. Escrito em um ambiente de apartheid, a história é uma crítica ao colonialismo e ao orientalismo. O enredo também evoca o fascismo, o imperialismo e usa as camadas do sistema de opressão para tecer seus argumentos.

Alamut, de Vladimir Bartol: Nada é verdadeiro. Tudo é permitido

Alamut, de Vladimir Bartol: Nada é verdadeiro. Tudo é permitido

A máxima nietzschiana “Nada é verdadeiro. Tudo é permitido” serve de fundamento para a reflexão filosófica de “Alamut”, romance do escritor esloveno Vladimir Bartol. Duas coisas me impeliram à obra: 1. a belíssima edição de capa dura e rosada da Morro Branco (escolho livros pela capa) e 2. o fato de ser um livro publicado em 1938 por um esloveno sobre a história muçulmana como metáfora crítica do regime fascista italiano.

Nova comédia romântica da Netflix é um brinde ao final de semana Divulgação / Netflix

Nova comédia romântica da Netflix é um brinde ao final de semana

A estranheza que nos colhe a todos quando diante de emoções que nos atiram à inadequação para com o mundo e nossos princípios, a vontade de transformar tudo quanto já existe, o constante estado de poesia, quase um delírio que vai-nos tomando até não se possa admitir a vida de outro jeito, são algumas das impressões que os turcos Evren Karabiyik Günaydin e Murat Saraçoglu exploram em “Amor em Foco”, uma trama em que, por óbvio, a mais humana das emoções é a protagonista, mas tem de sujeitar-se a uma interferência meio descabida.

Perturbador e brutal, filme da Netflix prende o espectador do início ao fim Divulgação / Splendid Film

Perturbador e brutal, filme da Netflix prende o espectador do início ao fim

“Cruzando a Linha” termina com um número: todos os anos, 250 mil crianças entram no sistema de adoção nos Estados Unidos. Essa informação, claro, precisa ser contextualizada, e é aí que o filme do italiano Michele Civetta passa a fazer sentido. Civetta parte de uma estatística solta num universo de mil outras realidades igualmente lamentáveis para, com muito tato, incluir a necessidade de um anti-herói que, sem figura de linguagem, dê a vida por essas pessoas e tome as devidas providências, fazendo, inclusive, o trabalho sujo.