Adeus ao generoso poeta
Durante toda minha infância, ouvi histórias do primo Gilberto. Meu pai falava de sua biblioteca, de sua vida no Rio de Janeiro, de sua imensa capacidade de trabalho, de sua generosidade. Invariavelmente, ele me contava a vez em que, vencendo a timidez, enviou-lhe uns versinhos de sua autoria e recebeu, em retorno, uma detida, longa e carinhosa análise. Talvez mais generosa que criteriosa. O poeta deixaria o que estivesse fazendo, por mais importante ou trabalhoso que fosse, para analisar com atenção os parcos e amadores rabiscos dos parentes.