7 Oscars e bilheteria de 1 bilhão de dólares: a obra-prima de Nolan que chegou na Netflix Divulgação / Universal Pictures

7 Oscars e bilheteria de 1 bilhão de dólares: a obra-prima de Nolan que chegou na Netflix

“Oppenheimer”, que agora está na Netflix, é o filme mais longo do diretor, com três horas de duração. A história centra no conflito ético e moral de J. Robert Oppenheimer, um dos físicos mais importantes do século 20, considerado o pai da bomba atômica, depois que seu experimento provocou a morte de pelo menos 110 mil pessoas em Hiroshima e Nagasaki, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial, mas encenando o preâmbulo da Guerra Fria.

O bordado africano de Mia Couto Foto / Companhia das Letras

O bordado africano de Mia Couto

Existe hoje um mercado muito ativo de livros, autores e leitores no chamado Atlântico Sul. Um vai-e-vem em língua portuguesa, formando um triângulo literário entre europeus, brasileiros e africanos. Essa circulação de ideias, experiências e formas narrativas tem produzido uma constelação de obras que escapam dos antigos centros coloniais e renovam o idioma comum com vozes múltiplas e enraizadas em realidades muito distintas.

Cultura woke, lacração e mimimi: por que até parte da esquerda começou a ter saudade da direita

Cultura woke, lacração e mimimi: por que até parte da esquerda começou a ter saudade da direita

Nos últimos anos, o debate político-cultural tem sido sequestrado por uma lógica polarizada, emocional e nada prudente, onde qualquer discordância vira insulto, e a mais simples tentativa de ponderação é tratada como aleivosia ideológica. Nesse cenário, o movimento woke, nascido da justa reivindicação de afro-americanos por igualdade de direitos e contra o racismo, foi tomado por millennials cheios de não-me-toques, moralistas. Resulta do fenômeno uma esquerda caricata, que faz questão de furtar-se ao diálogo e só agride. Que lacra, mas não convence.

4 romances insólitos, brilhantes e hilários de Juan Pablo Villalobos que valem cada milésimo de segundo do seu tempo

4 romances insólitos, brilhantes e hilários de Juan Pablo Villalobos que valem cada milésimo de segundo do seu tempo

Entre a sátira e o absurdo, há uma literatura que não pede licença para entrar. Ela invade, desestabiliza e, no fim, nos faz rir do que talvez devêssemos temer. Juan Pablo Villalobos escreve assim, como quem aponta o dedo para o ridículo, mas com elegância. Como quem entende que o riso, às vezes, é uma forma de resistência. Seus romances não entregam conforto. Entregam espanto. Com leveza de linguagem e acidez de olhar, ele revela o que há de mais sério no que parece apenas engraçado.

Contos sobre mulheres vulneráveis de Jarid Arraes perdem-se em meio a lacração, militância exagerada e regionalismo afetado

Contos sobre mulheres vulneráveis de Jarid Arraes perdem-se em meio a lacração, militância exagerada e regionalismo afetado

“Redemoinho em Dia Quente”, a coletânea de narrativas curtas de Jarid Arraes, faz ecoar a voz da mulher sertaneja, clareia vidas marginalizadas e realça formas de resistência num misto de linguagem popular e identitária — e os problemas não se originam exatamente aí. Os contos de Arraes carecem de acabamento, apuro estético, coesão, estilo, verdadeira praga que acomete trabalhos da novíssima safra de escritores brasileiros, em especial “Jantar Secreto” (2016), de Raphael Montes; “Tudo É Rio” (2014), de Carla Madeira; e “A Cabeça do Santo” (2014), de Socorro Acioli. Sinal dos tempos? Toda literatura produzida será assim doravante?