Autor: Edival Lourenço

Eike Batista: o orgasmo de torrar 34 bilhões de dólares

Foi um fenômeno transcendental. Sobretudo para quem não é muito ligado nas fofocas do mundo corporativo, para quem não é assinante Você S/A (espécie de “Contigo” para executivos), ver surgir de uma hora pra outra uma fortuna tão prodigiosa, como a de Eike Batista. Principalmente num país como o nosso em que os ricos de nosso ciclo de relacionamento normalmente quebram quando batem o carro (se não têm seguro).

Motivos banais para ser feliz

Motivos banais para ser feliz

O senso comum, os livros de auto-ajuda, a maioria das ciências sociais, como a política e a psicologia, e até mesmo as religiões sustentam que o bicho humano tem vocação para ser feliz. Talvez seja essa uma das superstições mais bem disseminadas e sem contestação nos dias de hoje. Na verdade é muito cômodo, simpático e agradável concordar e agir como se todos nós fôssemos dotados do temperamento de ser feliz. Além de que a crença de que podemos alcançar um estado de felicidade na vida nos impulsiona a todos e sustenta a grande indústria do mundo, nos seus aspectos mais vorazes de produção e consumo.

Não há um lar tão pobre que não tenha televisão; já o livro…

Não há um lar tão pobre que não tenha televisão; já o livro…

A televisão foi disseminada a tal ponto que não há uma casa neste país que seja tão pobre que não tenha uma televisão. Já o livro é um objeto extremamente escasso. Até em casa de classe média os livros que existem são desviados para peças de decoração. Pode haver livro, mas não há efetivamente leitura. E, quando se lê, é autoajuda ou manual de instalação. Quando muito. O hábito da leitura lamentavelmente ainda não conseguiu inserir-se no cardápio dos valores da nação brasileira.

A teoria de Darwin aplicada às popozudas

A teoria de Darwin aplicada às popozudas

O capitalismo turbinado vigente, em que as pessoas são cegamente submetidas às leis do mercado, é uma espécie de sociedade darwinista. Ou seja, vigora a lei do mais apto. O filósofo Herbert Spencer, não sei se por ignorância ou por pura má-fé, adaptou o princípio da “lei do mais apto” para a “lei do mais forte” e ajudou a dar sustentação ideológica ao Nazismo de Hitler, com sua superstição de raça superior ariana.

Estão lixando a nossa alma enquanto a gente se diverte

Estão lixando a nossa alma enquanto a gente se diverte

A tentação do consumo, esse desejo que nos faz consumir não para viver, mas viver para consumir; a razão que nos leva a comprar uma roupa não para nos agasalhar, mas para humilhar o próximo que não pode ter uma roupa de grife, nos corrói as fibras do coração e boa parte de nossa alegria de viver sem malícia. Não somos nós que escolhemos as marcas; mas as marcas que nos escolhem. E ainda achamos bonito que isso seja chamado de “liberdade de escolha”.