Sequência bilionária: último filme da franquia 007 chegou ao Prime Video e você ainda não o assistiu Divulgação / MGM

Sequência bilionária: último filme da franquia 007 chegou ao Prime Video e você ainda não o assistiu

Com “007 — Sem Tempo para Morrer”, James Bond chega a seu 25º filme oficial desviando-se do cansaço. Parece flutuar sobre a cabeça dos donos de estúdio a ambição de botar um ponto final na saga de seis décadas de excelentes serviços prestados pelo espião mais charmoso do mundo à monarquia britânica, porém, como ninguém consegue pensar em nada que o substitua com a mesma eficácia comercial, com a mesma garantia de bilheterias multimilionárias e, claro, com vigor midiático ao menos parecido, Bond e sua licença para matar vão ficando, não sem acusar o golpe das demandas da pós-modernidade.

Ainda resta envolta em sombras a causa que levou Idris Elba a ser rejeitado, depois de convite público e algo ostensivo, para o papel do agente secreto mais famoso do cinema — e tenho a impressão de que essa bruma jamais há de se dissipar —, mas Elba torceu as contingências a seu favor e saiu-se melhor que a encomenda em “Luther: O Cair da Noite” (2023), de Jamie Payne, ao passo que Tom Cruise segue dando o baile de sempre na franquia “Missão: Impossível”, cujo próximo episódio, “Missão: Impossível — Acerto de Contas Parte Dois”, está previsto para ser lançado em 28 de junho de 2024. Bond, James Bond está no centro de uma luta inglória, a primeira que talvez não seja capaz de vencer: a luta contra o relógio.

“Sem Tempo para Morrer” conta com a dupla sorte de ter caído nas mãos certas. Cary Fukunaga e Daniel Craig compõem uma parceria magnificente em muitos aspectos, malgrado já no prólogo o roteiro do diretor, coassinado por Neal Purvis e Robert Wade não tenha para onde correr. Madeleine Swann, a mocinha de Léa Seydoux, sobrevive ao atentado que mata sua mãe no chalé em meio às montanhas de neve em que passavam boa parte do ano, bem como o assassino, que fora atrás de seu pai.

Transcorre cerca de um quarto de século, e Swann e Bond vivem uma relação tempestuosa, com acusações e rancores de parte a parte que não demoram a começar a explodir em descompassos na atuação profissional do espião que, naquele instante, só queria ser amado. Essa breve abordagem melodramática em “Sem Tempo para Morrer” remete a audiência a “007 — Operação Skyfall” (2012), em que Sam Mendes escrutina diligentemente o passado do protagonista, também incorporado por Craig, urdindo a oportunidade para que o vasto e talentoso elenco de apoio mostre a que veio. Nem o MI6 consegue permanecer imune ao espírito do tempo, e quem tem dado nas cartas no serviço secreto da Inglaterra é Nomi, a funcionária graduada vivida por Lashana Lynch. Resta a Bond o suporte moral de Q, papel de Ben Whishaw, e Moneypenny, de Naomie Harris. Na surdina. 

“007 — Sem Tempo para Morrer” termina sendo um pastiche requentado de outras produções da série, satisfazendo fãs incondicionais das histórias criadas por Ian Fleming (1908-1964) nos anos 1950. Ancorando-se no elenco acima de qualquer suspeita, Fukunaga elabora saídas refrescantes para os conflitos de sempre, o que leva-nos a uma conclusão inevitável: o novo não pede passagem. Meu palpite é que Idris Elba ou Tom Cruise ainda vão dar fôlego a umas boas edições com o imortal 007. Olho neles.

Com “007 — Sem Tempo para Morrer”, James Bond chega a seu 25º filme oficial desviando-se do cansaço. Parece flutuar sobre a cabeça dos donos de estúdio a ambição de botar um ponto final na saga de seis décadas de excelentes serviços prestados pelo espião mais charmoso do mundo à monarquia britânica, porém, como ninguém consegue pensar em nada que o substitua com a mesma eficácia comercial, com a mesma garantia de bilheterias multimilionárias e, claro, com vigor midiático ao menos parecido, Bond e sua licença para matar vão ficando, não sem acusar o golpe das demandas da pós-modernidade.

Ainda resta envolta em sombras a causa que levou Idris Elba a ser rejeitado, depois de convite público e algo ostensivo, para o papel do agente secreto mais famoso do cinema — e tenho a impressão de que essa bruma jamais há de se dissipar —, mas Elba torceu as contingências a seu favor e saiu-se melhor que a encomenda em “Luther: O Cair da Noite” (2023), de Jamie Payne, ao passo que Tom Cruise segue dando o baile de sempre na franquia “Missão: Impossível”, cujo próximo episódio, “Missão: Impossível — Acerto de Contas Parte Dois”, está previsto para ser lançado em 28 de junho de 2024. Bond, James Bond está no centro de uma luta inglória, a primeira que talvez não seja capaz de vencer: a luta contra o relógio.

“Sem Tempo para Morrer” conta com a dupla sorte de ter caído nas mãos certas. Cary Fukunaga e Daniel Craig compõem uma parceria magnificente em muitos aspectos, malgrado já no prólogo o roteiro do diretor, coassinado por Neal Purvis e Robert Wade não tenha para onde correr. Madeleine Swann, a mocinha de Léa Seydoux, sobrevive ao atentado que mata sua mãe no chalé em meio às montanhas de neve em que passavam boa parte do ano, bem como o assassino, que fora atrás de seu pai.

Transcorre cerca de um quarto de século, e Swann e Bond vivem uma relação tempestuosa, com acusações e rancores de parte a parte que não demoram a começar a explodir em descompassos na atuação profissional do espião que, naquele instante, só queria ser amado. Essa breve abordagem melodramática em “Sem Tempo para Morrer” remete a audiência a “007 — Operação Skyfall” (2012), em que Sam Mendes escrutina diligentemente o passado do protagonista, também incorporado por Craig, urdindo a oportunidade para que o vasto e talentoso elenco de apoio mostre a que veio. Nem o MI6 consegue permanecer imune ao espírito do tempo, e quem tem dado nas cartas no serviço secreto da Inglaterra é Nomi, a funcionária graduada vivida por Lashana Lynch. Resta a Bond o suporte moral de Q, papel de Ben Whishaw, e Moneypenny, de Naomie Harris. Na surdina.

“007 — Sem Tempo para Morrer” termina sendo um pastiche requentado de outras produções da série, satisfazendo fãs incondicionais das histórias criadas por Ian Fleming (1908-1964) nos anos 1950. Ancorando-se no elenco acima de qualquer suspeita, Fukunaga elabora saídas refrescantes para os conflitos de sempre, o que leva-nos a uma conclusão inevitável: o novo não pede passagem. Meu palpite é que Idris Elba ou Tom Cruise ainda vão dar fôlego a umas boas edições com o imortal 007. Olho neles.


Filme: 007 — Sem Tempo para Morrer
Direção: Cary Fukunaga
Ano: 2021
Gêneros: Ação/Aventura
Nota: 8/10