Bruce Willis, Ben Kingsley e Morgan Freeman: escolha seu astro favorito e embarque em filmaço de tirar o fôlego no Prime Video Divulgação / The Weinstein Company

Bruce Willis, Ben Kingsley e Morgan Freeman: escolha seu astro favorito e embarque em filmaço de tirar o fôlego no Prime Video

Do mesmo roteirista de “Cães de Guerra”, “Xeque-Mate” foi escrito por Jason Smilovic e dirigido por Paul McGuigan. Lançado em 2006, o filme é daqueles tesourinhos que vez em quando a gente desenterra e decide rever. Este é um trabalho realmente especial e que cumpre bem tudo que se espera de uma boa produção cinematográfica.

Com um enredo previsível, mas intricado e cheio de pequenas reviravoltas e confusões, “Xeque-Mate” conta a história de Slevin (Josh Hartnett), um rapaz que chega ao apartamento de um amigo, Nick Fisher (Sam Jaeger), logo após ser assaltado e perder todos os seus documentos. Nick não está no lugar. Ao que tudo indica, fugiu, deixando para Slevin as consequências de seus problemas.

Slevin acaba de tomar banho e ainda está enrolado em uma toalha quando a vizinha de Nick, Lindsey (Lucy Liu), entra no apartamento e o flagra lá dentro. Slevin conta sobre o assalto e eles combinam se encontrar mais tarde. Assim que Lindsey fecha a porta, dois homens arrombam o lugar e levam Slevin, ainda enrolado em toalhas, para um bookmaker, um mafioso das apostas no qual conhecemos apenas como O Chefe (Morgan Freeman). Tudo não passa de uma confusão e Slevin trocou acidentalmente de identidade com seu amigo Nick, que deve ao Chefe, indiretamente, quase 100 mil dólares.

Para quitar a dívida que (não) tem com O Chefe, Slevin se compromete a matar o filho do Rabino (Ben Kingsley), bookmaker rival, cujo escritório fica no edifício em frente ao do Chefe. Slevin tem alguns poucos dias para cumprir o combinado, caso contrário, ele mesmo será assassinado. No fim das contas, a intenção do Chefe é realmente exterminar Slevin assim que o acordo for cumprido e o filho do Rabino estiver morto.

Logo que é deixado na casa de Nick pelos criminosos, chegam dois capangas que trabalham para o Rabino e também o levam até o escritório do mafioso, que acredita que Slevin seja Nick e que lhe deve 30 mil dólares. Agora, enrolado em problemas que seriam do amigo, Slevin precisa se envolver com os dois gângsteres rivais para salvar a própria pele. Enquanto isso, ele e a vizinha Lindsey desenvolvem um romance, e Slevin é vigiado pela polícia, que quer descobrir sua relação com o submundo do crime.

Há diversas conspirações dentro dessa história e as narrativas podem ser ou não verdadeiras, cabe ao espectador escolher em quem e no quê acreditar. No meio de toda as confusões armadas, nos divertimos muito com os diálogos recheados de ironias, referências cinematográficas e easter eggs, além das cenas de ação, que não são muitas, mas são bem satisfatórias. O texto de Smilovic é inteligente, cheio de pegadinhas e extremamente dinâmico e espirituoso. O público se vê dentro de um jogo de sobrevivência, onde para vencer é preciso ser mais esperto que todo mundo e descobrir as charadas.

Uma mistura de Quentin Tarantino com Guy Ritchie, “Xeque-Mate” fez muito com pouco. Com um orçamento de 27 milhões de dólares, conseguiu escalar estrelas de primeira categoria, como Bruce Willis, Morgan Freeman, Ben Kingsley, Josh Hartnett, Lucy Liu, Stanley Tucci e Corey Stoll, operar cenas explosivas de forma bem convincente e oferecer ao público um caldeirão de mistério, noir, ação, violência eruptiva e comédia digno de lotar os cinemas. Só que exige atenção e inteligência do espectador para explorar sua trama labiríntica e elegante, cujas sequências mudam drasticamente a cada cinco minutos.

Com belos cortes e sequências de tirar o fôlego, “Xeque-Mate” é daquelas raridades que conseguem mesclar com maestria cinema pensante com entretenimento.


Filme: Xeque-Mate
Direção: Paul McGuigan
Ano: 2006
Gênero: Ação/Thriller/Policial/Comédia
Nota: 10