Autor: Lara Brenner

Está na hora de as pessoas entenderem que nem toda crítica é inveja

Está na hora de as pessoas entenderem que nem toda crítica é inveja

Nos áureos tempos de Orkut, lembro-me de uma comunidade bobinha chamada “Sua inveja faz minha fama”. Era bastante infantil e, exatamente por isso, de fácil deglutição. A impressão que dá é a de que o melindre das pessoas tem transformado o mundo numa arena de supostos invejosos construindo supostas famas (já têm até nome: são os “haters”). Mas tanta inveja pressupõe a existência de indivíduos cheios de predicados invejáveis.

Apenas amar não basta. É preciso cuidar para fazer dar certo

Apenas amar não basta. É preciso cuidar para fazer dar certo

A verdade é que se acostuma com a presença do amor, mas a falta dele também é capaz de se instalar com dolorida certeza. Ninguém deixa de amar do dia para a noite, mata-se o sentimento aos poucos: na ausência do toque, na supressão de diálogos, nos descasos cotidianos, nas ironias degradantes, nas implicâncias gratuitas ou em tantos outros pequenos abandonos que, enquanto maltratam, vão construindo a certeza do ponto final.

A mania de algumas pessoas acharem que o mundo gira ao redor de seus umbigos

A mania de algumas pessoas acharem que o mundo gira ao redor de seus umbigos

Todo mundo conhece uma pessoa assim: na roda de conversas, ela domina o assunto, conta mil histórias sobre si, é completamente desinteressada do que os outros têm a dizer e cria situações para arrancar elogios a fórceps. Se você quiser falar alguma coisa, querido, aproveite enquanto ela enche o pulmão de ar, porque é tudo o que lhe resta. Conversar com egocêntrico parece uma corrida de 100 metros rasos: termina-se cansado, como se a mais simples troca de informações fosse uma competição de gogó por quem fala mais, mais alto e sobre a própria vida.

Palavras não dizem muito. Atitudes dizem mais

Palavras não dizem muito. Atitudes dizem mais

Não é sempre, mas, de vez em quando, a voz do povo acerta o gol em cheio. Diz um provérbio chinês “há três coisas que não voltam mais: a flecha lançada, a palavra dita e a oportunidade perdida”. Aqui no Brasil, diz-se que “quem fala demais dá bom dia a cavalo”. Do Oriente ao Ocidente, a sábia voz dos filósofos populares já compreendeu que a verborragia costuma trazer pouco resultado.