Conheci uma pessoa que não gosta de ser abraçada. Fiquei intrigada. Desde pequena, sempre gostei de apertar meus irmãos entre os meus braços, e o contato afetivo que recebia dos meus pais e avós me enchia de calor e alegria. Então, como é que pode alguém não curtir um abraço? Acho que eu seria muito triste se não abraçasse as pessoas.
Esta semana, saí da cama cedinho e fui pra aula de Pilates. Seria mais um dia qualquer, como os dias em que a gente acorda, se arruma, sai de casa, cumpre obrigações, volta à tardinha e prepara a noite que espera pelo dia seguinte. Mas, naquela manhã igual a tantas outras manhãs, terminada a minha aula, a professora de Pilates me deu um abraço apertado e me desejou um “bom dia”.
O enlaço entre quatro braços tem muitos poderes. Ele aquece as frias manhãs e traz esperança aos dias monótonos. A aproximação de dois corpos encurta a saudade e diz em silêncio: “eu gosto de você”, “eu te admiro” ou “quero-te bem”. Um abraço sincero carrega tantas emoções que muitas vezes não é preciso dizer nada.
Porque o abraço diz mais do que palavras. Para os apaixonados, ele revela o coração acelerado e o perfume dos feromônios. Para a criança, é a proteção dos seus pais. Para o amigo, o abraço é a certeza de que se pode contar com aquela amizade.
Tem abraço que cura feridas. Tem abraço que faz a gente se perder dentro dos braços que nos apertam com vontade. Tem abraço tímido, quase como um tapinha nas costas. Tem abraço que parece beijo. Tem abraço que nos traz de volta pra casa. E tem abraço tão apertado que tristeza nenhuma consegue entrar no espaço entre dois peitos.
Nem sempre a pessoa que te abraça está presente, porque tem abraço que é feito de palavras. Aquele livro que você adora ou aquela carta que você não se cansa de ler, qualquer frase que aqueça a sua alma, todos estão te abraçando de dentro para fora.
É por isso que gosto de escrever: para abraçar sentimentos e entender a vida. Assim como gosto de ler o que muita gente escreve. Quando deixamos nossos sentidos se tocarem, estamos mais próximos uns dos outros.
Vai lá… Abrace alguém de forma diferente. Dê um apertão inesperado no seu pai. Receba seu amigo com um enlaço sincero. Surpreenda seu funcionário com um abraço de gratidão. Acorde seu filho com um amasso caloroso. Abrace seu animal de estimação. Aperte a pessoa que você ama. Envie abraços virtuais para quem está longe. Acredite, um abraço pode mudar o seu dia.
Falando nisso, vem cá… Me dá um abraço!
O título foi inspirado em uma crônica de Martha Medeiros.
