Livros

Os Elixires do Diabo, de E. T. A. Hoffmann

Os Elixires do Diabo, de E. T. A. Hoffmann

E. T. A. Hoffmann se emparelhou a questões delicadas e margeou um abismo com sua filosofia indiscreta. Falar sobre um monge que se embriaga com um suposto elixir que pertence ao próprio diabo é um preâmbulo maravilhoso para discutir temas bastante relevantes de seu tempo: a sociedade burguesa, os títulos de nobreza, o poder do papa, os domínios claustrofóbicos e limitantes dos mosteiros, a arte, a música e os relacionamentos.

Vento Vazio, de Marcela Dantés

Vento Vazio, de Marcela Dantés

A literatura contemporânea brasileira nos desafia a revisitar as emoções humanas em sua forma mais crua e autêntica. Narrativas que transitam entre a solidão e a busca por conexão desvelam personagens marcados pelo tempo, pela paisagem e por suas próprias escolhas. É nesse terreno onde o vazio e a esperança coexistem que encontramos histórias capazes de ressoar profundamente. Cada detalhe, cada cenário e cada palavra parecem cuidadosamente alinhados para reconstruir o que, muitas vezes, a vida insiste em soterrar.

Ardil 22, de Joseph Heller: uma leitura da máquina do absurdo

Ardil 22, de Joseph Heller: uma leitura da máquina do absurdo

Poucas obras conseguem capturar tão bem a tensão entre o cômico e o trágico ao abordar a irracionalidade dos sistemas humanos. Em meio a um cenário de guerra, um protagonista luta não por heroísmo, mas pela preservação de sua humanidade. A narrativa expõe as contradições das instituições que reduzem indivíduos a peças descartáveis, desafiando normas impostas por lógicas desumanas. Entre humor corrosivo e reflexões profundas, somos levados a questionar o valor da vida e a sanidade em meio ao caos. O impacto transcende o contexto histórico, dialogando com dilemas universais.

O Que Resta a Partir Daqui, de Flávia Braz: o quebra-cabeça de uma tragédia pessoal

O Que Resta a Partir Daqui, de Flávia Braz: o quebra-cabeça de uma tragédia pessoal

Uma história que mistura humor ácido e reflexões sobre o patético da existência humana, escrita com um olhar afiado e uma prosa eletrizante. Entre tragédias banais e pequenas vinganças, emerge uma narrativa que aturde e afaga em igual medida. Este romance é uma autópsia de violências silenciosas, atravessada por momentos de beleza e conexões profundas. Uma obra que provoca o leitor a enxergar o extraordinário no ordinário.

Amada, de Toni Morrison: quando a memória sangra e a história insiste

Amada, de Toni Morrison: quando a memória sangra e a história insiste

Uma obra que mergulha fundo nos traumas do passado e nos desafios do presente, explorando o peso da memória e a luta pela identidade em meio à desumanização. A narrativa desconstrói qualquer ideia de linearidade, apresentando uma história fragmentada e visceral, onde cada personagem carrega cicatrizes que são tanto pessoais quanto históricas. Entre dor, resistência e afeto, a trama desafia o leitor a enfrentar questões que preferimos evitar. Mais do que uma leitura, é um convite a refletir sobre liberdade, humanidade e os legados que moldam o futuro.