Filmes

Qualquer um que tenha sangue correndo nas veias já se sentiu como Eloise Turner, a protagonista de “Noite Passada em Soho”, o suspense tragicômico de Edgar Wright. O problema de Ellie não está relacionado a sua identidade, mas, sim, em adequar os desejos de que não pode abrir mão a sua essência, contrariando o que o mundo lhe reserva, a imagem de uma garota antenada, cujos gostos estão milimetricamente alinhados às regras que um sabido qualquer ditou.

“Erin Brockovich”, dirigido por Steven Soderbergh e estrelado pela talentosa Julia Roberts, é uma dramatização envolvente baseada na história real de uma mulher corajosa. Sem formação acadêmica formal, Erin, uma mãe solteira, enfrenta uma poderosa corporação. Roberts interpreta com maestria a protagonista, cuja determinação e tenacidade descobrem um grave escândalo ambiental, liderando uma batalha judicial histórica contra a negligência corporativa.

Em “Eu Não Sou Um Homem Fácil”, Éléonore Pourriat oferece uma reflexão bem-humorada (e lúcida) sobre como seria a vida caso os paradigmas de comportamento do que se pacificou encarar com naturalidade para cada sexo (ou gênero, para não afrontar o politicamente correto) voltassem a uma espécie de limbo e ressurgissem novos, com homens tendo de lidar com as dificuldades das mulheres e estas, por sua vez, experimentassem o fardo de sentir-se permanentemente acossadas.

Em “Ajuste de Contas”, o cinema explora novamente a temática da vingança, envolvendo-nos na vida de um homem que busca retribuição após uma devastadora perda familiar. Este drama intenso, repleto de elementos de suspense e reviravoltas, nos convida a desvendar a complexa jornada de Frank Carver, interpretado magistralmente por Nicolas Cage, cuja busca por justiça é tanto uma corrida contra o tempo quanto um confronto com os fantasmas do passado.

Distopias como “Spiderhead” têm um caráter quase pedagógico. Por trás dessas histórias delirantes, inverossímeis, farsescas — e não raro patéticas — é que se escondem as verdades imperscrutáveis que muitos ignoram, aquelas com as quais vamos sendo obrigados a nos defrontar em situações mais e mais genéricas. Joseph Kosinski destrincha em linguagem cinematográfica o texto do americano George Saunders, sobre cobaias humanas usadas na elaboração de medicamentos.