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A história da livraria mais antiga do mundo ainda em operação

A história da livraria mais antiga do mundo ainda em operação

No coração do Chiado, em Lisboa, há uma livraria que não apenas sobreviveu ao tempo — ela o desacelerou. Fundada em 1732 e reconhecida como a mais antiga do mundo ainda em operação, a Livraria Bertrand resiste sem alarde, sem vitrines sedutoras ou slogans. Mais que um espaço comercial, ela é um abrigo da palavra impressa, onde o silêncio tem memória e os livros parecem esperar por nós há séculos. Este ensaio percorre suas salas como quem respira história — e escuta, devagar, o que ainda não foi dito.

Idosismo estrutural

Idosismo estrutural

Semana passada, eu andei pela primeira vez de graça no metrô. Fiquei muito feliz! É uma das vantagens de ter feito 65 anos. As outras vantagens são… bom, daqui a pouco eu lembro e falo para vocês. Ah, sim! Lembrei! Pagar meia-entrada no cinema — olha aí outra vantagem de ser velho no Brasil! E ter desconto automático da contribuição sindical na aposentadoria sem ter pedido! Ah, não, isso não é vantagem. Espera aí que, daqui a pouco, eu lembro de outras vantagens.

De Tchékhov a Tolstói: a seleção definitiva da literatura russa

De Tchékhov a Tolstói: a seleção definitiva da literatura russa

Imagine os maiores escritores da literatura russa escalados como um time de futebol, em formação 4-3-3, onde cada posição em campo reflete estilo, impacto e personalidade literária. De Tchékhov no gol a Tolstói na ponta-esquerda, passando por Dostoiévski como centroavante da alma humana, essa seleção revela o poder criador de uma tradição que marcou a história. Com Gógol como técnico, símbolo da ambiguidade entre fronteiras e gêneros, o time está pronto para jogar — não para vencer partidas, mas para transformar quem assiste.

A cultura do cancelamento explicada por Nietzsche

A cultura do cancelamento explicada por Nietzsche

Na calçada molhada de um tempo que se dobra sobre si mesmo, um grito se espalha sem voz. Nem rua, nem rosto, apenas um estalo seco, virtual, nas costuras da modernidade. Alguém cai. Alguém aplaude. A multidão se move como cardume, mas com dentes. Ali, entre os escombros digitais do dia anterior, Nietzsche caminha sem capa, sem século, sem filtro. Talvez o filósofo que falou com martelos soubesse algo sobre essa nova liturgia de execuções simbólicas. Talvez não. Mas seu eco ainda caminha conosco, como um delator invisível.

Por que leitores de ficção sentem mais empatia

Por que leitores de ficção sentem mais empatia

Estudos científicos comprovam: ler ficção literária ativa regiões do cérebro ligadas à empatia. Pesquisas de Raymond A. Mar, Keith Oatley, Kidd e Castano mostram que a leitura de obras densas estimula a teoria da mente e fortalece conexões emocionais. A literatura simula interações sociais, treinando o cérebro para sentir o outro. Para a filósofa Martha Nussbaum, ela é essencial à democracia. A empatia literária não é metáfora — é neurociência. Num mundo cada vez mais digital, a ficção ensina a arte de habitar o outro.