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A nova literatura do burnout: 5 autoras que estão escrevendo o cansaço contemporâneo melhor que qualquer terapeuta

A nova literatura do burnout: 5 autoras que estão escrevendo o cansaço contemporâneo melhor que qualquer terapeuta

Cinco romances de alto rigor literário ajudam a nomear um esgotamento que escapa aos diagnósticos convencionais. Com voz própria, experiência sensível e autoridade narrativa, Moshfegh, Enriquez, Slimani, Clarke e Offill exploram o cansaço estrutural que atravessa a subjetividade contemporânea. Seus livros não aliviam — legitimam. E é justamente por isso que se tornaram leitura essencial para compreender uma exaustão que já não pode ser ignorada.

Personagens literários que têm a mesma ansiedade que você

Personagens literários que têm a mesma ansiedade que você

A literatura não precisa tematizar a ansiedade para colocá-la em cena. Ela pode fazer isso pelo ritmo, pela forma, pelo modo como os parágrafos respiram. Um personagem ansioso não é aquele que declara estar em crise — é aquele que vive em crise mesmo quando age com perfeição. A boa literatura não fala sobre a ansiedade. Ela a encarna. Está nos períodos que se estendem além do necessário. Nas frases que se interrompem.

Clube da Esquina: veja o filme e escute o disco

Clube da Esquina: veja o filme e escute o disco

Num domingo qualquer, mas não a qualquer hora. Era a hora da macarronada na casa da família Borges, em Belo Horizonte. Ponto de encontro de parentes e amigos, poetas e músicos, a casa estava cheia de gente. Salomão, o sexto dos onze filhos do casal Borges, batucava o piano da sala, quando seu irmão Márcio se interessou pelo que Lô tocava e perguntou o que era. Lô respondeu que estava pensando no que diria aos Beatles se acaso encontrasse com eles ou pudesse lhes mandar uma carta. O letrista Márcio logo pensou em alguns versos e chamou o amigo e escritor Fernando Brant para ajudar na letra.

Ler era viver antes de viver

Ler era viver antes de viver

Antevi sucesso, aplausos, o Nobel, conversinhas ao pé do ouvido com Vargas Llosa e Philip Roth. Eu seria íntimo de Alice Munro e confidente de Margaret Atwood; com ar impaciente, escreveria roteiros para cinema na minha casa à beira do Lago di Garda. Era, assim cri, o caminho natural desde que numa tarde preguiçosa, quando eu tinha menos de 15 anos (sim, antes de Cristo), lendo um livro qualquer no cômodo que mencionei da nossa casa de família, olhei vagamente para as estantes repletas e ali, a las cinco en punto de la tarde daquele dia modorrento, pensei adivinhar, com o peso esmagador das grandes visões, o resto da minha vida.

Por que os casais estão mais apaixonados no Instagram do que na vida real

Por que os casais estão mais apaixonados no Instagram do que na vida real

Ela postou três fotos dele em menos de vinte e quatro horas. Numa, o abraço; noutra, o sorriso meio torto; na última, só a mão entrelaçada. Nenhuma legenda, só corações, emojis. No sofá, ele jogava em silêncio. Ela saiu do banheiro já com a toalha na cabeça e um leve cheiro de cansaço no andar. Disseram “te amo” antes de dormir, com o rosto virado. A tela ainda brilhava quando apagaram a luz. Não é ironia. Nem farsa. É só… outra coisa. Um tipo de amor que funciona melhor de fora pra dentro. Talvez.