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A linguagem das siglas

A linguagem das siglas

Outro dia, ficamos conhecendo um belo diálogo entre um pai e um filho, no qual, no meio da conversa, aparecia a sigla VTNC, que muita gente não conhecia e passou a conhecer. Talvez o filho tenha usado essa sigla porque, morando nos Estados Unidos há algum tempo, se acostumou ao uso de siglas — já que americano adora um acrônimo. Se não ligou o nome à palavra, acrônimos são aquelas letras usadas para simplificar expressões, muito comuns nos States e copiadas por aqui.

10 canções essenciais do Supertramp, uma das melhores — e mais subestimadas — bandas de rock de todos os tempos

10 canções essenciais do Supertramp, uma das melhores — e mais subestimadas — bandas de rock de todos os tempos

Comovido além da conta, escrevi o preâmbulo acima valendo-me, dentre outras coisas, dos títulos das canções mais conhecidas do Supertramp, uma das melhores e mais subestimadas bandas de rock de todos os tempos, na minha opinião. A morte recente de Rick Davies, músico, compositor, vocalista e fundador do Supertramp em 1969, impeliu-me a redigir o curto texto como um tributo, não somente a Rick, confesso que prefiro os vocais de Roger Hodgson, mas ao Supertramp, a icônica banda britânica que coloco facilmente entre as minhas TOP 5 no que tange ao rock internacional.

O escritor que escancarou os quartos fechados do Brasil e pagou caro: geladeira magra, aluguel vencido e o esquecimento como salário

O escritor que escancarou os quartos fechados do Brasil e pagou caro: geladeira magra, aluguel vencido e o esquecimento como salário

Ele veio do interior para uma cidade de bondes e procissões, encontrou aliados discretos e um país à beira de reformas. Entre redações e pensões, aprendeu a reconhecer o corte entre desejo e convenção. No palco, ofereceu centralidade a quem fora empurrado para a lateral. No cinema, desenhou sombras sem alarde. Quando o corpo falhou, ensinou a mão esquerda a continuar. A polícia vigiava, a moral apontava dedos; ele anotava. O tempo confirmou o alcance. A casa ficou, e a língua dele continua acesa. O país guardou silêncio e aprendeu.

Chamado de louco. Morto na miséria. O poeta maldito que o Brasil abandonou na calçada

Chamado de louco. Morto na miséria. O poeta maldito que o Brasil abandonou na calçada

Maranhense de 1832, Joaquim de Sousa Andrade atravessou estantes novas, repartições lentas, uma temporada europeia de estudos e sete anos em Manhattan, onde trabalhou em imprensa lusófona e aprendeu a decifrar a cidade a pé. Voltou em 1879, tentou cargos e reformas, desenhou a bandeira do estado, empobreceu, morreu em 1902. Os cadernos ficaram. Nos anos 1960, editores e poetas reabriram as pastas e o retrato se endireitou.

Verve, terceiro disco de Lívia Mattos, é imenso e bonito como se fosse o mar

Verve, terceiro disco de Lívia Mattos, é imenso e bonito como se fosse o mar

Um dia, quando isso tudo acabar, você e eu sentaremos na praia e correremos os olhos pelo álbum de nossas loucuras. E, entre tantas fotos e tantos livros, ouvindo de longe, de novo, como sussurros do tempo os sons que hoje nos deixam surdos, mergulhados de corpo inteiro em testemunhos gentis e relatos encharcados de saudade deste nosso agora, aquela moça que toca sanfona como quem respira nos fará viver de novo. Feito hoje. Feito sempre.