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A escritora que o Brasil leu em segredo: vendeu mais de 1 milhão de exemplares, foi processada pela censura e morreu de câncer aos 69

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Entre a censura e a banca, Cassandra Rios disputou o país real, não o das vitrines, em diálogo com Hilda Hilst, Lygia Fagundes Telles, Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Carolina Maria de Jesus, Patrícia Galvão, Nélida Piñon, Plínio Marcos, Raduan Nassar, Nelson Rodrigues. Não por semelhança de estilo, mas por choque de presença: corpo, desejo, cidade. A reportagem segue a trilha das bancas, dos pareceres e da leitura silenciosa, para recolocar Cassandra Rios no centro do mapa literário que o próprio Brasil escreveu às escondidas, e pede leitura à luz.

O diário de Marie Curie revelou algo tão humano que mudou para sempre a visão de Rosa Montero

O diário de Marie Curie revelou algo tão humano que mudou para sempre a visão de Rosa Montero

Ao explorar diários e registros pessoais, uma escritora encontra ecos profundos entre sua própria vida e a trajetória de uma das maiores mentes da ciência. Luto, amor e perseverança se entrelaçam em uma narrativa que revela o lado mais humano de uma figura histórica, aproximando-a do leitor. Entre memórias dolorosas e momentos de ternura, surgem conexões inesperadas que unem duas mulheres separadas por décadas. O resultado é um retrato sensível e instigante, capaz de provocar reflexão sobre a força e a fragilidade humanas.

30 anos antes de García Márquez, uma mulher lançou as bases do realismo mágico. A história aplaudiu apenas ele

30 anos antes de García Márquez, uma mulher lançou as bases do realismo mágico. A história aplaudiu apenas ele

Nascida em Viña del Mar, educada entre Chile e França, María Luisa Bombal encontrou em Buenos Aires a faixa de luz que afinou sua voz. No circuito de Victoria Ocampo, fez do íntimo uma arquitetura e do insólito, vizinho. Em 1941, o episódio do Hotel Crillón a empurrou para o rumor; depois, viveu entre Estados Unidos e Chile, circulou em inglês, interessou Hollywood e ficou anos fora da vitrine. Hoje, reedições, estudos e traduções recolocam sua obra no centro: a paciência de quem mudou a gravidade sem levantar a voz.

A escritora que morreu pobre, foi esquecida numa cova rasa e, décadas depois, voltou ao centro do mundo

A escritora que morreu pobre, foi esquecida numa cova rasa e, décadas depois, voltou ao centro do mundo

Zora Neale Hurston atravessou o século com uma voz que não pedia licença: recolheu fala de varandas, elevou dialetos a arquitetura de pensamento, escreveu romances que respiram como cidades. Enterrada sem nome, foi reencontrada e devolvida ao mapa por leitoras que escutaram mais fundo. Entre Eatonville, o lago Okeechobee e Africatown, sua escrita ligou arquivo, festa e justiça. Este perfil acompanha o caminho da cova rasa ao coro público, e mostra como seus livros mudaram a língua de um país ao mudarem de quem se escuta primeiro. Depois do silêncio.