“As Panteras” (2019), por natural, não tem a menor pretensão de se lançar à seara espinhosa da discussão sociocultural acerca da evolução de Marias e Clarices, embargada de tempos em tempos pela insensibilidade de homens e mulheres pouco esclarecidos. A diretora e atriz Elizabeth Banks, ainda que involuntariamente, faz reviver ideias de pensadores — e pensadoras — que questionaram a submissão de gênero, uma praga que resiste.

A obra de Schopenhauer talvez seja o ponto de interseção entre o pensamento nietzschiano e o de Heidegger. Ainda que grande parte de sua produção se comunique diretamente com a de Nietzsche e Heidegger, Schopenhauer tem uma maneira absolutamente original de ver a vida e o homem, sem todo o niilismo de Nietzsche.

As incontáveis guerras que a humanidade já atravessou têm todas uma razão, ainda que tudo reste perigosamente nebuloso ao cidadão comum. “O Cerco de Jadotville”, de Richie Smyth, vai fundo na tentativa de explicar as motivações de uma guerra estúpida, cujo desfecho é ainda mais insensato. A guerra, qualquer guerra, é uma espiral de disparates.

O thriller canadense “O Declínio” (2020) é ficção, mas nem parece; o primeiro longa-metragem de Patrick Laliberté se investe dos medos que a paranoia da sobrevivência em cenários extremos cria — algo que a humanidade fora obrigada a vivenciar mais uma vez ao longo de sua jornada quando da eclosão da pandemia de covid-19 para discorrer sobre sentimentos ainda mais nocivos.