O silêncio como linguagem cênica: da mudez de Beckett ao gesto de Grotowski
Entre as pausas que o teatro moderno permitiu e os gestos que o pós-dramático consagrou, há uma linguagem que escapa à fala: o silêncio. Não como ausência, mas como presença radical. De Beckett a Grotowski, o palco se tornou espaço de escuta — onde a palavra, por vezes, é um ruído e o silêncio, uma revelação. Esta crítica percorre o terreno rarefeito do não-dito, revelando como o vazio sonoro pode ser, paradoxalmente, o ponto mais denso da expressão cênica.