Complicar a vida é a arte mais fácil de todas

Complicar a vida é a arte mais fácil de todas

Seis da tarde. Na Hora do Ângelus, o trânsito no bairro nobre é um inferno. Pais e mães entopem as ruas, estacionados em filas duplas, à espera de seus filhos nas portas de escola. Executivos aceleram carrões rumo ao bar vaidoso para a happy hour onde encontrarão outros executivos que ali também chegaram sozinhos, pilotando cada um a sua máquina. Manadas de ônibus coletivos levando e trazendo trabalhadores cansados, vendedores de doces, desempregados famintos, estudantes otimistas e almas entregues avançam nervosos sobre os motoqueiros que costuram o espaço entre os carros. O sol se foi mas o asfalto queima, os nervos fervem.

MCB (música de corno brasileira): breve tratado sobre a ‘sofrência’ e a era da boçalidade musical

MCB (música de corno brasileira): breve tratado sobre a ‘sofrência’ e a era da boçalidade musical

A história de Pablo não é muito diferente da maioria das trajetórias dos produtos vendidos pela indústria musical. Nascido no interior da Bahia, começou a cantar ainda cedo, influenciado por seu pai. Logo percebeu que seu talento musical era limitado e não se incomodou com isso. Sem nenhuma pretensão artística verdadeira, percebeu que o violão seria sua carpintaria. E que se conseguisse associar meia dúzia de acordes à sua voz de tenor choroso seria possível ganhar rios de dinheiro sem maiores esforços no campo da intelecção.

Estar rodeado por pessoas erradas é a coisa mais solitária do mundo

Estar rodeado por pessoas erradas é a coisa mais solitária do mundo

Sozinhos conseguimos enxergar as nossas debilidades, nossos limites e loucuras. Em unidade podemos, sim, ser felizes, capazes de amar. Quem disse que não? Solidão não é sinônimo de infelicidade, de amargura, de escassez de amor. O solitário é aquele que se conhece tão bem ao ponto de preferir a própria companhia antes de qualquer outra. Para conceber o mundo lá fora é preciso entender primeiro aqui dentro. A gente se conhece no exílio para se reconhecer diante dos outros. Somos uma unidade e nos completamos assim.

Vem pra rua! Mas vê se não esquece a lição de casa, tá?

Vem pra rua! Mas vê se não esquece a lição de casa, tá?

Há muito tempo, num país bem longe daqui, o povo um dia decidiu ir às ruas e fazer a revolução. Basta! Gritavam milhões de pessoas contra o governo corrupto, a roubalheira, os desmandos no poder, os maus políticos e outras mazelas. O mundo estava no início de uma nova era. Depois de séculos de ignorância, medo e dominação, os pagadores de impostos finalmente se deram conta do óbvio: eram eles os maiores culpados da existência de maus políticos no poder. Sim, eles. Em carne, osso e ignorância, eram eles os responsáveis pela permanência dos vampiros nos cargos públicos. Passava da hora de mudar tudo isso. Era tempo de empreender uma poderosa mobilização popular!