A eternidade tem endereço. Adélia Prado: a poeta que ensinou o Brasil a ouvir Deus em voz baixa
De um quintal de Divinópolis molhado em 1950, quando perdeu a mãe e ganhou o primeiro verso, nasce uma voz que atravessa cozinhas, salas de aula, palcos e gabinetes. Professora por décadas, filósofa tardia, lida por Drummond, ela organiza o país com pão, oração e riso curto. Entre teatro, serviço público e prêmios maiores da língua, segue escrevendo com nitidez que consola e desinstala. Até o governador que a confundiu com locutora virou nota de rodapé. Esta é a história de atenção, coragem e esperança adulta em pleno Brasil contemporâneo.