A última madrugada de Sylvia Plath: Londres, 1963, portas vedadas, filhos dormem, ela escreve e morre ao amanhecer
De Boston à Cambridge, da bolsa que a levou além-mar ao encontro com um poeta carismático, a trajetória dela foi ascensão e fricção. Rigorosa desde cedo, transformou rotina em disciplina: acordar antes das crianças, escrever no frio, medir cada frase. Casou, mudou-se, teve dois filhos, separou-se, subiu um sobrado em Primrose Hill quando o país congelava. Entre contas, cartas e leituras, perseguiu precisão. Aos trinta, num fevereiro implacável, a vida se interrompe. Ficou a obra, e o percurso de quem fez da linguagem um lugar para resistir, contra o frio.