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Em meio ao universo das comédias românticas, algumas obras se destacam não pela originalidade da trama, mas pela forma como brincam com convenções conhecidas. Este filme parte de uma premissa extravagante — um herdeiro precisa encontrar e se casar com “A Garota Mais Linda do Mundo” — mas, em vez de se apoiar no óbvio, desconstrói sua própria proposta e transforma um espetáculo televisivo em um estudo inesperadamente sofisticado sobre identidade, desejo e escolhas genuínas.

No coração da Itália, um viúvo relutante embarca em uma viagem inesperada para impedir que sua filha transforme uma ruína em um lar. O que deveria ser uma jornada de reconciliação se desenrola como um romance açucarado e previsível, onde os encantos da Toscana não conseguem esconder a superficialidade da história. Com belíssimos cartões-postais e pouca substância, o filme se acomoda em clichês turísticos, entregando um espetáculo visual sem alma.

Todo casamento tem um quê de jogo e de perigo. Nada pode ser mais clichê para um casal que enfrenta momentos difíceis na relação que saírem os dois, como os jovens apaixonados e inconsequentes que decerto foram um dia, meio sem rumo, à cata de um pretexto para tentar impedir o que já não vai bem de se esfacelar de vez. Considerações dessa natureza deveriam estar na mira de Hanna e Samuel, os protagonistas de “Os Altos e Baixos do Amor”, uma prova de que, em se tratando de paranoias sentimentais, os escandinavos não ficam atrás de nenhuma outra gente.