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Absurdo e fascinante — o que fez décimo filme de franquia considerada “burra” por críticos alcançar bilheteria de 4 bilhões? Divulgação / Universal Pictures

Absurdo e fascinante — o que fez décimo filme de franquia considerada “burra” por críticos alcançar bilheteria de 4 bilhões?

Há filmes que não pedem licença para existir — irrompem na tela como quem desafia qualquer convenção, como se gritassem ao espectador: “sim, nós fomos longe demais, e é exatamente por isso que você está aqui”. “Velozes & Furiosos 10” pertence a esse seleto grupo. O que começou como um retrato underground da cultura de corridas ilegais evoluiu, ou talvez mutou, para algo que flerta abertamente com o delírio narrativo.

O filme que fez Tom Hanks ganhar 23 kg e depois perder 25 chegou à Netflix Divulgação / Twentieth Century Fox

O filme que fez Tom Hanks ganhar 23 kg e depois perder 25 chegou à Netflix

Com “Náufrago”, Robert Zemeckis faz questão de revisitar a imagem do tempo que passa, implacável, sob outra perspectiva. Chuck Noland, um engenheiro de sistemas que trabalha para a FedEx, parece ter a vida perfeita — até ir parar numa ilha deserta no meio do Oceano Pacífico. Esta é uma metáfora sobre autodescoberta e mudanças radicais ao cabo de um trauma violento, mas há muito menos espaço para respiros. “Náufrago” é um filme que derruba.

100 milhões de espectadores se emocionaram com uma das maiores atuações da carreira de Tom Hanks, agora na Netflix Divulgação / Twentieth Century Fox

100 milhões de espectadores se emocionaram com uma das maiores atuações da carreira de Tom Hanks, agora na Netflix

Ninguém está preparado para desaparecer do mundo. Em “Náufrago”, a erosão do tempo não se mede em dias, mas na transformação silenciosa de um homem condenado à ausência dos outros, de si, da própria ideia de futuro. Sob a direção de Robert Zemeckis, o filme é menos uma jornada de sobrevivência física e mais uma escavação emocional em terreno inóspito: o de alguém que, arrancado abruptamente do ciclo da vida, precisa aprender a existir num vácuo onde nada responde, nada acolhe, nada lembra.

O filme mais bonito e encantador de 2025 — baseado em uma história real brasileira Divulgação / Roadside Attractions

O filme mais bonito e encantador de 2025 — baseado em uma história real brasileira

Jean Reno vem dando uma pausa nos tipos obscuros que encarna tão bem para investir-se da figura de velhinho gente boa. Ao menos essa é a impressão que se tem diante de “Meu Amigo Pinguim”, um relato tão inaudito quanto doce acerca do vínculo entre um pescador algo amortecido depois de uma tragédia pessoal num passado remoto e um pinguim-de-magalhães, salvo de um derramamento de óleo e que uma vez por ano nada os mais de três mil quilômetros que separam a Patagônia da praia de Provetá, na Ilha Grande, litoral sul fluminense, para consolá-lo e manifestar-lhe sua gratidão.