Autor: Giancarlo Galdino

A fim de continuar produtivo, de quando em quando o homem precisa largar tudo, abandonar seu próprio corpo e ir fundo no mais obscuro de si mesmo. Sonhar faz parte da vida, e cada pessoa encontra a maneira de dar vazão a suas fantasias. Ao longo dos séculos, a arte sempre se pautou pelo desejo e pela premência de extrair da natureza humana sua capacidade de enxergar o que não é evidente. As coisas que não se permitem vislumbrar de imediato, essas são as que mais seduzem o homem desde sempre.

Desde 1946, o Festival de Cannes rouba a cena ao distribuir a Palma de Ouro aos filmes que mais se destacaram junto à crítica e ao público. O espírito de absoluta liberdade da premiação, aliado a um júri de vasta bagagem intelectual e bem-informado sobre o que acontece no cinema contemporâneo, seguem garantindo o frescor de Cannes, três quartos de século depois.

Para se entender a importância da beleza de determinada obra de arte, é preciso se valer de diversos contextos. A época em que foi produzida, certamente, é um; outro, a vida do próprio artista e outro ainda sua intenção, pura e simples. A Bula entende de bom gosto estético na arte como poucos aqui nesse mundinho abafado da internet. Está à disposição do respeitável público uma infinidade de artigos e listas de filmes e livros com o melhor já feito pelo gênero humano.

É impensável se fazer um filme sem o emprego de muita, muita gente. São necessários técnicos de som, de luz, maquiadores, cabeleireiros, camareiros, eletricistas, motoristas, produtores, roteiristas e atores para fazer todas as diversas engrenagens do cinema girarem a contento. Não, não nos esquecemos dos diretores, justamente quem bota um pouco de disciplina em meio ao caos, verdadeiro senhor dos bastidores de uma produção cinematográfica.