Um acampamento de verão repleto dos clichês do gênero — jogos, prática de esportes, piscina liberada, roda de viola em torno da fogueira, namoricos de adolescentes. Tudo isso acontecia em Jened, o paraíso para rapazes e garotas com variados graus de diversas limitações físicas e mentais, que esqueciam do mundo que os desprezava por curtíssimos dois meses.
Cada vez mais apartado da ideia de comunidade — de indivíduos com objetivos em comum, dividindo o mesmo espaço —, o homem do século 21 não se peja de fazer parte de um mundinho cada vez mais só dele e dele mesmo, que não comporta ninguém que destoe do padrão. Essa é uma das concepções defendidas pelo pensamento de Zygmunt Bauman (1925-2017), filósofo polonês tornado mais conhecido já no fim do século 20 — e no desfecho de sua longa vida.
O mundo para Friedrich Nietzsche (1844-1900) era como uma fábrica, em que, malgrado algumas atividades fossem levadas a cabo como se deveria, não raro até o funcionário mais experiente e aplicado cometia erros grosseiros — sendo essa, aliás, a regra. Nietzsche defendia que tentar, errar, superar os traumas e extrair do fracasso a experiência que o converteria na possibilidade de acerto numa próxima oportunidade era o único meio viável quanto a se chegar perto do melhoramento individual, nunca coletivo — quiçá cada um fizesse sua parte, a humanidade poderia ter uma pálida ideia de renovação.
Lançada em 28 de abril de 2017 e distribuído em todo o mundo, “Baahubali 2: The Conclusion” dá fecho a uma história de amor e guerra, uma sempre permeando o outro ao longo dos registros da humanidade pela Terra. O vigor da franquia se evidenciou também na arrecadação: o filme foi a primeira produção hindu a somar mais de 10 bilhões de dólares, façanha alcançada em apenas dez dias, a maior bilheteria da Índia de todos os tempos.
Fenômeno de público e incensado pela crítica, “O Homem nas Trevas”, do uruguaio Fede Alvarez, vai além do filme de terror que entrega tudo o que promete — e isso não é pouco. Valendo-se de um roteiro original e inovador como raramente se encontra em meio ao copia-e-cola sufocante de Hollywood, Alvarez manteve toda a independência dos tempos de realizador de curtas que o caracterizara ainda no país natal, com a indiscutível vantagem de dispor de muito, muito mais dinheiro (que emprega de uma forma também incomum).