Última chance de assistir ao filme frenético e angustiante de Michael Bay na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

Última chance de assistir ao filme frenético e angustiante de Michael Bay na Netflix

Com frequência, a história testemunhou a ascensão de heróis em meio aos confrontos entre forças antagônicas, homens e mulheres que se destacaram pela bravura em uma sucessão de batalhas. No entanto, o ser humano muitas vezes se deixa seduzir pelo chamado da guerra, fascinado pelo estrondo dos canhões e optando pela violência em vez do diálogo, ignorando a possibilidade de resolver conflitos por meio da diplomacia e da compreensão mútua.

Esses conflitos, frequentemente desencadeados por mal-entendidos que rompem a frágil barreira da civilidade, resultam em derramamento de sangue que desafia a própria razão. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente existem trinta zonas de guerra em todo o mundo, a maioria delas decorrente de disputas territoriais motivadas por questões religiosas, étnicas ou pelo controle de recursos naturais.

A situação na Líbia desde 15 de fevereiro de 2011 ilustra de forma contundente a complexidade dos conflitos humanos e suas raízes profundas. Há quatro décadas, em 1º de setembro de 1969, o país testemunhou a ascensão de Muammar Gaddafi ao poder, em um momento crucial de sua história. No entanto, é importante recordar que a chegada ao poder desse jovem oficial, formado na Academia Militar do país, foi facilitada pela incompetência de Idris I, que governou a Líbia por 42 anos sem resolver as questões fundamentais enfrentadas pelo povo líbio.

O levante que resultou na queda de Idris I e na ascensão de Gaddafi foi patrocinado pelas Forças Armadas do país, sem resultar em uma guerra civil significativa. Gaddafi foi posteriormente deposto e o país mergulhou em um período de instabilidade política e caos, compartilhado por muitos países árabes do Oriente Médio.

O filme “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” oferece uma perspectiva sobre os eventos que levaram à atual situação na Líbia, sem recuar tanto no tempo. Michael Bay narra os acontecimentos tumultuados que mergulharam o país no caos, compartilhando a tragédia que assola muitos países da região, como Iraque, Afeganistão e Síria, todos afetados pela falta de liderança e intervenções externas desastrosas.

O retorno do fuzileiro naval Jack Silva, interpretado por John Krasinski, ao cenário de conflito, enquanto tenta complementar sua renda como corretor de seguros, oferece um vislumbre do que a Líbia pode ser nos dias de hoje. O roteiro de Chuck Hogan, baseado no best-seller de Mitchell Zuckoff, ilustra vividamente a transição da guerra civil para um conflito internacional sem precedentes na história do país, destacando os dramas pessoais dos soldados envolvidos. O espectador é levado a se emocionar com o sofrimento desses homens, ao mesmo tempo em que questiona suas ações em meio ao caos e à falta de lei.

O futuro da Líbia permanece incerto, em uma região marcada pela instabilidade e pela incerteza. O filme oferece uma visão vívida e perturbadora desse mundo sem lei, onde as consequências dos conflitos humanos continuam a assombrar as gerações futuras.


Filme: 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi
Direção: Michael Bay
Ano: 2016
Gêneros: Drama/Guerra/Thriller/Ação
Nota: 8/10