Inspirado por Steven Spielberg, este é um dos filmes mais vistos do momento na Netflix Divulgação / Cinemundo

Inspirado por Steven Spielberg, este é um dos filmes mais vistos do momento na Netflix

Escrito por Nick Saltrese, o roteiro de “Tubfilearão: Mar de Sangue” logo atraiu o diretor James Nunn, porque ele simplesmente é um fanzaço da clássica franquia de Steven Spielberg. Aliás, se tem algo que Spielberg sabe fazer é transformar um filme em clássico. Suas obras, mesmo as mais antigas, inspiraram e inspiram gerações de cineastas, que descobrem sua paixão pelo cinema justamente em nestas produções que conseguem unir em uma só coisa o popular e o cult.  

“Tubarão: Mar de Sangue” não é uma superprodução. Os efeitos visuais são até cômicos, para dizer a verdade. Dei o play completamente sem expectativas. Mas há um charme gore e b nessa obra que nos mantém hipnotizados. Não importa quão grotesco sejam alguns dos truques, você não consegue tirar os olhos da tela. Isso, porque Nunn aprendeu bem com seu mestre, Spielberg, a manter o público interessado. E essa atração vem da tensão criada ao longo da trama. Também da simpatia que criamos com a protagonista, Nat (Holly Earl), uma mulher forte, inteligente e corajosa. A premissa do filme é simplíssima: se trata de três pessoas à deriva no mar, em um jet ski com defeito.

No enredo, um grupo de jovens amigos festeiros estão passando alguns dias de férias na costa do México. Eles são provavelmente riquinhos, estúpidos, inconsequentes, fúteis e irritantes e isso te faz querer vê-los em apuros, com exceção, claro, da protagonista. Durante uma de suas travessuras, o grupo formado por Tyler (Malachi Pullar-Latchman), Greg (Thomas Flynn), Milly (Catherine Hannay), Tom (Jack Trueman) e Nat (Earl) decide roubar dois jet skis e se aventurar em alto-mar. Na verdade, Nat vai praticamente forçada pelos amigos, a despeito dos inúmeros avisos sobre tubarões no mar.

Após uma brincadeira infeliz, os dois veículos colidem e estragam. Um se perde no mar, enquanto o grupo se apoia no que restou. Greg está ferido e precisa ser levado ao hospital. Então, Tyler decide nadar até um barco para pedir socorro. Os amigos não percebem quando ele desaparece para sempre no oceano, devorado por um tubarão. Greg, que está coberto de sangue, também se torna uma das vítimas do predador, deixando Tom, Milly e Nat solitários em cima do jet ski. No entanto, eles têm pouco tempo até que novos carnívoros famintos apareçam por ali tentando devorá-los. Nat é a que sempre pensa à frente ou se sacrifica pelo grupo, procurando solucionar o mais rápido possível a situação. Mas, claro, serão longas horas de sofrimento para eles por ali.

Como é de se esperar, “Tubarão: Mar de Sangue” tem personagens unidimensionais e desinteressantes. O roteiro nunca desenvolve nada com riqueza e nós, como espectadores, ficamos presos durante quase toda aquela uma hora e vinte minutos naquele trio à deriva no mar, cercado de tubarões. Mas é esse tédio misturado com angústia que vai aumentando a ansiedade cada vez que uma barbatana flutua para fora da água. Você pode falar mal de quase todos os atributos técnicos desta produção, especialmente as atuações amadoras e os efeitos visuais obscenos de tão ruins, mas não pode dizer que não se divertiu.


Filme: Tubarão: Mar de Sangue
Direção: James Nunn
Ano: 2022
Gênero: Terror/Suspense
Nota: 7/10